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O que significa ser pansexual? Acabe com as suas dúvidas

Buscas pelo termo dispararam, e é importante conhecer para não disseminar preconceitos

Por Joana Oliveira
Atualizado em 12 mar 2024, 22h42 - Publicado em 7 dez 2022, 08h43
As cores da bandeira pansexual são rosa, amarelo e azul.
As cores da bandeira pansexual são rosa, amarelo e azul.  (Tim Samuel/Pexels)
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Miley Ciyrus, Preta Gil, Reynaldo Gianecchini, Bella Thorne, Janelle Monáe e Bianca Andrade. Esses são só alguns exemplos de celebridades que, nos últimos anos, assumiram publicamente sua pansexualidade, fazendo disparar as buscas pelo termo em todo o mundo. Mas você sabe o que significa ser pansexual?

“A pansexualidade é uma orientação afetiva-sexual de pessoas que sentem atração por outras, independentemente de sexo e gênero. Elas se atraem pela afinidade, inteligência, personalidade e outras características. Não importa qual a genitália que o outro ser humano tem e se é uma pessoa não-binária, homem ou mulher”, explica a sexóloga Bárbara Menêses.

No início do século XX, Sigmund Freud já falava em pansexualismo, palavra baseada em sua visão de que muitos dos comportamentos humanos têm origem nos instintos sexuais —algo que hoje é contestado pela maioria dos cientistas comportamentais. O termo pansexual, no qual o prefixo pan significa tudo, e sexualidade remete a uma atração não limitada aos gêneros binários (homem e mulher), seja na heterossexualidade ou na homossexualidade. Essa é a descrição que foi atualizada e é melhor usada hoje, dando conta da enorme abrangência de por quem um indivíduo pode sentir atração. Não à toa, a pansexualidade tem sido debatida mais abertamente por essa geração que abraça a fluidez de gênero e renega rótulos de quaisquer tipo. 

A bandeira pansexual

Assim como outros grupos dentro da comunidade LGBTQIAP+, os pansexuais têm seus próprios símbolos de orgulho e identificação. O principal deles é a bandeira da pansexualidade, composta por três faixas horizontais em rosa, amarelo e azul. A primeira delas, a rosa, representa a atração afetiva e sexual por quem se identifica como mulher. A seguinte, amarela, simboliza o interesse por pessoas não-binárias, que se identificam como agênero ou genderqueer. Por fim, a azul representa a atração por quem se identifica como homem.

Sem preconceito

A sexóloga Bárbara Menêses ressalta a importância de distinguir bissexualidade e pansexualidade. Enquanto bissexuais se atraem por homens e mulhaeres, os pansexuais se atrem por quaisquer pessoas, independentemente de sua identidade de gênero.

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“A pansexualidade é mais abrangente e dá um passo mais longe, negando a importância do gênero nas trocas afetivas e sexuais entre seres humanos”, explica a especialista. Isso não significa, é claro, que pansexuais desejam todo mundo a todo momento.

“Isso de sentir atração por muita gente não tem a ver com a orientação sexual, mas sim a com a personalidade de cada um. Um indivíduo pansexual pode, por exemplo, se casar com alguém e passar o resto da vida com ele, inclusive num relacionamento monogâmico”, acrescenta.

Assim como a bissexualidade, a pansexualidade tampouco pressupõe uma dúvida, confusão ou indecisão. “Você simplesmente tem uma gama mais ampla de pessoas pelas quais pode se sentir atraída”, diz Bárbara. “Não tem nada a ver, necessariamente, com poliamor. E não significa que, se alguém pansexual namora uma pessoa não-binária, deixará de sentir atração também por homens e mulheres.”

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A associação entre pansexualidade e promiscuidade é o maior preconceito enfrentado pela comunidade, de acordo com a especialista. E ela lembra que muita gente hétero se relaciona com várias pessoas ao mesmo tempo e insiste: “O número de gente com quem você sai não tem a ver com sua identidade de gênero ou orientação sexual. É besteira pensar, por exemplo, que tenho maiores chances de ser traída se namorar com uma pessoa pansexual.” Vale lembrar que a recente popularidade desse conceito reflete a crescente aceitação da diversidade sexual e de gênero entre gerações como os millennials e os Gen Z, mas, apesar disso, muitos direitos das populações LGBTQIAP+, como um todo, ainda precisam ser conquistados e mantidos. Por isso, nada de preconceito. E respeito, sempre.

 

 

 

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