Ir até o escritório. Ligar o computador. Permanecer sentado por 8 horas no mesmíssimo ambiente. A rotina de trabalho normal do passado hoje parece aflitiva para muitas pessoas depois do pico de home office na pandemia. Com o retorno das atividades presenciais, o futuro do ambiente profissional segue em aberto para empresas em busca de somar boas práticas e satisfação dos funcionários.
“As empresas não sabem como voltar, qual é a maneira mais eficiente em termos de recursos e opções”, afirma Maria Laura Dalul, diretora de design da WeWork na América Latina. Formada em Arquitetura pela University of Southern Californa (EUA), ela atua na construção de novos formatos para o trabalho. “Estamos tentando ajudar a entender como fazer essa volta.”
TRABALHO PRESENCIAL OU REMOTO: QUAL SEU PREFERIDO?
A empresa realizou a pesquisa “Redefinindo os modelos de trabalho na América Latina”, que entrevistou mais de 10 mil lideranças e executivos no Brasil e também na Argentina, Chile, Colômbia, Costa Rica, México e Peru. Para 42% dos entrevistados, o formato ideal é o do trabalho remoto por três dias na semana; enquanto 28% optariam por só dois dias da semana nesse esquema.
“A gente falava do futuro do trabalho e o futuro do trabalho chegou”, diz Maria Laura. E como é esse futuro já tão presente? “O ideal é que os espaços se adaptem às pessoas e não as pessoas ao espaço”, continua ela. “Tem pessoas que gostam de estar em lugar isolado, onde ninguém fale com ela. Outros preferem estar integrados. Ou num terraço. Essa variedade gera bons resultados não só na produtividade, mas também no bem-estar.”
Maria Laura Dalul: diretora de design da WeWork na América Latina
Os escritórios físicos podem até mudar de disposição – ou passar a comportar apenas parte da equipe – mas tudo indica que não serão extintos. A continuidade do investimentos nos ambientes corporativos está ligada à possibilidade de encontros. “O que mudou foi a dinâmica. As pessoas vêm se encontrar no escritório para colaborações específicas, então o mobiliário colaborativo, os espaços flexíveis e adaptáveis ganham preferência.
As pessoas raramente querem vir para o escritório ficar 8 horas sentadas no mesmo lugar
Maria Laura Dalul
Além da possibilidade de tomar um cafezinho com os colegas e ter reuniões criativas, o escritório tem vantagens em relação à casa no quesito ergonomia do ambiente. Ainda na pesquisa, a WeWork descobriu que 48% das pessoas consideram a infraestrutura inadequada um dos grandes desafios de se trabalhar remotamente.
Para além das questões práticas, Maria Laura comenta um questionamento mais profundo que os colaboradores das empresas têm feito: “As pessoas começaram a se questionar: preciso passar todo esse tempo no escritório?” A mudança de cultura no ambiente, então, considerando inclusive as necessidades específicas das mulheres no ambiente profissional, passa a ser prioridade nas transformações necessárias.
Escritório WeWork: cuidado com a ergonomia é uma das vantagens dos escritórios em relação ao home office
“Todas as empresas que procuram a WeWork para se tornarem membros possuem algumas características culturais em comum: o desejo pela inovação e criatividade, a necessidade de facilidade e agilidade e pelo bem-estar de seus colaboradores. Temos clientes de setores tradicionais que estão passando por uma transformação cultural e nos procuram para materializar as mudanças de uma nova cultura em nossos espaços”, completa. O design, então, entra como um acelerador dos processos de mudança nas interações e rotinas.
“O espaço físico tem efeito sobre as pessoas”, finaliza a diretora.