Empreender certamente não é uma tarefa fácil, no entanto, perseguir este sonho é possível e cada vez mais mulheres o fazem – trazendo negócios e produtos inovadores e com impacto positivo. E nós, é claro, podemos ajudá-las a prosperarem. Na prática, dar um up no engajamento, comentar sobre o empreendimento e comprar itens são incentivos importantes. Uma tarefa, entretanto, antecede essa ajuda: conhecê-las. Pensando nisso, a CLAUDIA separou algumas mulheres empreendedoras com negócios inspiradores.
Cintia Félix
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Fundadora da marca de impacto socioambiental AZ Marias, Cintia Félix acredita na missão do empreendedorismo frente a necessidade de emancipação feminina. “As mulheres se tornam chefes de família, colocam seus filhos na faculdade e, assim, impactam todo o seu ecossistema.” Em um ambiente onde a função social e o futuro das pessoas são traçados de acordo com quem elas naturalmente são, parece uma maneira, na visão de Cintia, desse grupo se libertar das amarras impostas a ele.
A crença da empresária a motivou na criação de um projeto que visa não só não corresponder às expectativas históricas relacionadas ao papel da mulher, como também causar impactos ambientais e sociais positivos por meio das roupas. É na procura por vencer essa batalha que a companhia oferece treinamento gratuito para costureiras precificarem sua mão de obra; utiliza resíduos têxteis, o que impede que eles cheguem aos lixões e aterros sanitários; e propõe a centralidade da criação na representatividade de corpos reais. Neste ano, ganharam o prêmio da Alesp como negócio de destaque.
Elizabeth Marzullo e Ana Carla Brotherhood
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“Medo” não faz parte do vocabulário da recifense Elizabeth Marzullo, pelo menos não quando se trata de empreender. Quando o escritório em que exercia a função de arquiteta fechou por conta das medidas sanitárias contra a covid-19, ela resolveu abrir uma perfumaria para casa junto com a brasileira Ana Carla Brotherhood. “Vejo sempre uma oportunidade, e ali estava uma.”
Elas passaram oito meses estudando classes olfativas, essências de ceras, química, materiais sustentáveis, embalagens recicláveis de alta qualidade e mais mil outros fatores que permitiram a criação da Be Blessed Home, que comercializa velas, sprays e aromatizadores.
Havia, desde o início, a pretensão de oferecer o melhor produto aos clientes, o que motivou a troca da parafina, por exemplo, que faz mal ao pulmão, por um material vegano. Também se dedicaram a ser uma empresa que privilegia o trabalho artesanal, ainda que isso exija mais esforços. “O processo é longo e delicado, vai desde esquentar a cera e adicionar a essência, até embalar o produto. Exige, sobretudo, muito amor.”
Com uma equipe pequena de quatro pessoas e menos de dois anos de existência, a marca já alcança os cinco cantos do Brasil.
Silvana Bento
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Funcionária de um banco de sangue e graduada em enfermagem, Silvana Bento não precisou estar na pele do outro para sentir os efeitos de suas dores. Sensibilizada pela quantidade numerosa de pessoas trans e travestis que realizavam tratamento de hemodiálise, depois de ficarem horas sem beber água para evitar ir ao banheiro por estarem com a genitália presa para trás, ela resolveu fabricar e vender calcinhas para este público específico.
Ela não sabia costurar, mas bastou uma paciente falecer em 2016 para que chegasse em casa e fizesse o protótipo, que excluía a necessidade de esconder o pênis e os testículos atrás da virilha. Quando encontrou um designer, a ideia foi para frente: era o início da Trucss, que hoje também oferece maiôs e biquínis.
Maria Golob
O acesso a educação e o próprio ofício de ensinar foram historicamente delegados ao sexo masculino. Aprender um novo idioma, inclusive, já foi considerado “coisa de homem”, especialmente quando a busca pelo conhecimento vem do desejo de se destacar no trabalho. Essa lógica, no entanto, ficou no passado.
“Busco transformar vidas através do inglês, porque ele tem capacidade de melhorar sua qualidade de vida, seus trabalhos, sua autoestima e seus estudos”, explica Maria Golob, que acredita que a aprendizagem de um segundo idioma, principalmente o inglês, é tão essencial para todas as pessoas. Apesar de observar um mercado de idiomas gigantesco, ela via que a maior preocupação era o lucro, ao invés da ajuda. Foi a partir disso que passou a ministrar cursos de inglês na modalidade online.
Maria Robottom Roxo e Márcia Midori Kuratame
A Pra Viagem, marca de alimentos congelados, foi fundada depois do desejo pelo consumo de comidas que não causam desconforto intestinal. As refeições são ultra congeladas e low FODMAP, ou seja, possuem baixa presença de um conjunto de hidratos de carbono fermentáveis e de difícil digestão que, para algumas pessoas, como aquelas diagnosticadas com síndrome do intestino irritável, pode causar gases, obstipação e desconforto.
Maria Roxo sempre foi apaixonada por gastronomia, embora tenha se formado em administração, curso que a ajudou na gestão dessa companhia. Márcia Kuratame, por outro lado, é formada em engenharia têxtil. As duas viraram a chavinha de suas mentes quando resolveram se dedicar à maternidade, e, então, aos seus sonhos. Esta segunda, inclusive, sofre as consequências da síndrome do intestino irritável, o que permitiu o desenvolvimento do projeto sob um olhar de quem passa pela situação.
Isabela Chusid
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Criadora da Linus, a jovem de apenas 26 anos sempre acreditou no poder da união da sustentabilidade e do conforto, dois fatores considerados essenciais por ela e que marcam o seu negócio. Para Isabela, a educação ambiental é o caminho, mas como percorrê-lo? As sandálias pareciam uma ótima opção.