Tinder de animais conecta pessoas e pets
Em plataforma, interessados em adotar animais abandonados encontram opções de bichinhos
Depois de um primeiro contato com o aplicativo que une casais, Andreia Freitas, 42, pensou em juntar o útil ao agradável e teve a ideia de criar um Tinder para unir pessoas interessadas em adotar animais abandonados. A psicóloga de Santo André (São Paulo) já está envolvida com causas animais há, pelo menos, 20 anos. Com o conhecimento dela, ela pôde projetar a plataforma e ajudar os pequenos pets a encontrarem uma companhia perfeita.
A ideia do projeto surgiu em 2016, quando ela conheceu o Tinder pela primeira vez. No entanto, toda a parte prática fez com que ela demorasse mais tempo para disponibilizá-lo para o público. A psicóloga diz que demorou para estruturar como a plataforma funcionaria, já que não basta somente achar bichos fofinhos e pessoas interessadas. “Eu criei todo o suporte para que ONGs promovessem o encontro dos animais com pessoas bacanas dentro daquilo que acreditamos ser uma posse responsável”, afirma.
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Para que a ideia saísse do papel, Andreia juntou 15 mil reais com a ajuda de um financiamento coletivo. Mesmo com essa quantia, ela ainda teve de investir o próprio dinheiro, porque o valor não foi suficiente para todas as demandas de criação, como design da marca, registros, patentes, consultoria jurídica e divulgação.
A plataforma entra em fase de testes no dia 20 deste mês e ainda não teve seu nome divulgado. Funcionará exatamente como o Tinder, por meio de geolocalização: ao ver a foto do animalzinho, você poderá reagir com os botões de “like” e “deslike”. Caso goste do animal e clique no botão positivo, outra tela abrirá no dispositivo mostrando as informações do animal e um questionário de adoção. As suas respostas serão enviadas para a ONG ou o responsável do animal e daí é só esperar o retorno. Serão proibidos os pedidos de resgate ou de dinheiro, que poderão ser denunciados como irregularidade.
Segundo a paulista, o projeto apresentará animais saudáveis, castrados e vacinados que são cuidados por ONGs ou responsáveis independentes. “Cada ONG terá o direito de cadastrar 120 animais e poderá substituir as vagas que abrirem por outros animais. Elas poderão convidar protetores independentes, que conseguirão cadastrar até 20 bichos”, explica Andreia.
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Mesmo que seja necessário que os animais estejam saudáveis para serem cadastrados na plataforma, aqueles com necessidades especiais, deficiência ou idade avançada terão certo destaque. A ideia é que esses animais tenham as mesmas chances de serem adotados que os outros, com uma divulgação maciça.
Além de ajudar os animais, a plataforma criada pela paulistana também ajudará a traçar um mapa dos locais onde ocorrem mais abandonos e locais onde é necessário um trabalho maior de castração.
A plataforma irá trabalhar com a estética dos animais, já que, dentro de sua página no Facebook, Cachorro de peruca, Andreia percebeu um certo tipo de preferência por animais mais “arrumadinhos”. Ela explica: “os animais que estão ‘bem arrumadinhos’ têm mais visibilidade e compartilhamento. Às vezes, uma camisetinha no cachorro já faz a publicação viralizar. Quero fornecer tudo o que for possível para otimizar a divulgação dos animais pronto para adoção”.
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