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Thais Carla alerta sobre relação tóxica de nutricionistas e pessoas gordas

Em uma entrevista ao MdeMulher, a dançarina revelou em detalhes o porquê de ter denunciado uma nutricionista recentemente.

Por Alice Arnoldi
Atualizado em 15 jan 2020, 10h17 - Publicado em 9 set 2019, 18h03
 (Instagram/ Salon Line/Reprodução)
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Na última terça-feira (27), a bailarina Thais Carla usou o Instagram para deixar registrado uma vitória importante para as pessoas gordas. Ela conseguiu fazer com que a Justiça exigisse a retirada de fotos e vídeos da bailarina usados indevidamente por uma nutricionista para supostamente alertar os seguidores sobre os riscos da obesidade. Para entender o que levou a dançarina a tomar tal atitude, o MdeMulher conversou com ela na feira de beleza Beauty Fair.

“Eu já tinha observado algumas nutricionistas fazendo isso, mas era uma postagem sem me marcar. Alguém que me mandava, mas nada grave, que me deixasse com raiva. Porque não fico chateada, mas com raiva às vezes eu fico, porque a pessoa quer muito aparecer para fazer isso. E ela não só usou minhas fotos e falou mal de mim, um monte de merda, falou que eu faço um desserviço para a sociedade – e ela ainda me marcou. Para você ver que ela queria me deixar aborrecida e que eu a marcasse. Mas eu não vou marcar você, lindona! Deixa quieto porque se der certo na justiça, vai dar, eu fiz minha parte. É bom porque isso está fazendo as pessoas fazerem matérias sobre o assunto, e estão vendo o cúmulo do absurdo que é os nutricionistas com as pessoas – claro que têm as exceções, mas têm muitos [que são] escrotos. É um abuso de autoridade deles”, enfatiza a bailarina.

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GRANDE DIAA meu povooo! Hoje acordei com uma notícia maravilhosa: a Justiça concedeu uma liminar garantindo meus direitos contra uma nutricionista baiana que fez postagem pejorativa utilizando minha imagem sem autorização. A ré deve excluir o post das suas redes sociais, sob pena de multa diária no valor de R$ 300. Com a decisão inicial, o Judiciário entendeu que tive prejuízo imediato por conta da postagem da ré, que não terá seu nome divulgado por recomendação dos meus advogados (@abreuebittencourt). "Com a liminar deferida, conseguimos demonstrar o dano existente no processo", explica a advogada Janaína Abreu (@janainababreu). A ação foi protocolada como indenizatória por “perdas e danos” e danos morais. O advogado Ives Bittencourt (@ivesbittencourt), que também acompanha o meu caso, esclarece que o processo segue o rito formal. "Começamos muito bem. Teremos audiência de conciliação, já designada, e audiência de instrução e julgamento, caso seja necessário para que sejam esclarecidos todos os fatos. Agora, estamos torcendo para que a sentença definitiva siga a mesma linha da medida liminar", afirma. Estou muuuuuuito feliz com essa decisão da Justiça – que reconheceu a violação dos meus direitos pessoais. Espero que, na Sentença final, entendam que os danos vão além da não-autorização do uso de imagem, mas também envolvem todo o meu trabalho, carreira e trajetória. Resolvi compartilhar isso desde já com vocês porque sei que esse processo pode inspirar não só pessoas gordas que são vítimas de postagens pejorativas, como eu, mas também outras vítimas de ódio e invisibilização na internet. Ou seja, vamos ajudar muitas pessoas: denunciem! Um agradecimento especial à minha amiga Naiana Ribeiro (@itsnaiana), que é jornalista e militante contra a gordofobia, pelo apoio e indicação. Ela, inclusive, me convenceu a entrar com esse processo justamente para diminuir a sensação de impunidade das pessoas na web. . Filtro usado na foto da minha amiga: @gordaroupa

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Além de retomar o importante debate sobre gordofobia médica, Thais também comentou sobre como é sofrer mais preconceito do que outras pessoas gordas. Isso acontece porque foi construído no consciente social um tipo de “medidor” dos diferentes corpos gordos. A consequência disso é que a gordofobia é proporcional ao tamanho da pessoa  – é o famigerado “tudo bem ser gordo, desde que isso signifique vestir 48. 54? JAMAIS!”.

“Com certeza eu sofro gordofobia em tudo. É no assento, no degrau, no ônibus, em uma sala de cinema – tem dois ou três [assentos], mas e se forem mais gordos? Como faz para sentar e assistir ao filme? Então, há uma falta de acessibilidade com as pessoas e preconceito. As pessoas me olham tipo: ‘nossa, que menina gorda. Por que ela tem coragem de usar essa roupa? Por que ela está maquiada daquele jeito? E eu sou magra, maravilhosa, e eu não estou desse jeito?’. Eu sofro, com certeza, mas eu passo por cima de tudo. Eu sou realmente a pessoa ‘good vibes’“, brincou a bailarina relembrando da conversa com Kéfera e Erika Januza no evento, onde elas comentaram que essa história de #gratiluz não existe para as duas.

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Seu corpo é a sua raiz, ele leva as suas histórias além de proteger você do mundo externo. . // Você já ficou com vergonha de tirar a roupa na frente de alguém? . O seu peso não precisa ser um fator determinante da sua felicidade. Quebre a balança que “mede” a sua felicidade. A prenda a amar a se mesmo e saia da escuridão que o padrão de beleza nos leva. Vamos colorir a VIDA. – Corpo Gordo tbm é Lindo! . . . #gorda #corpo #bodypositive #effyourbeautystandards

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Sobre a possibilidade de emagrecer, assunto sobre o qual Thais é constantemente questionada, ela revelou que já pensou a respeito. Mesmo assim, há muito tempo percebeu que não era por esse caminho que queria seguir.

“Quando eu tinha 16, 17 anos, eu sofri uma pressão bem grande porque estava perto de me formar [como bailarina]. E aí eu falei assim: ‘ou eu emagreço!’, na minha cabecinha ingênua, ‘ou eu fico gorda e não danço’. Mas aí as coisas foram tomando um rumo diferente na minha vida e aí eu vi que era para ser isso. Cada um tem uma missão na vida e essa é minha. Eu me sinto feliz do jeito que eu sou!”.

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