Mesmo com 12 anos após o início do caso, o desaparecimento de Madeleine McCann continua a ser uma história triste e espantosa, pois jamais teve uma resolução concreta. Muito já foi falado sobre o assunto, mas a Netflix acaba de lançar o documentário “O Desaparecimento de Madeleine McCann”, a fim de compilar tudo o que se sabe a respeito do caso.
O filme estreia na plataforma nessa sexta-feira (15) e discorre sobre toda a controvérsia das investigações.
O caso da menina aconteceu em 2007, quando a família britânica McCann decidiu fazer uma viagem de férias a Portugal. Composta pela menina de apenas três anos na época, os irmãos gêmeos Sean e Amelie, de dois anos, e os pais Gerry e Kate, a família decidiu se hospedar em um lugar comumente frequentado por britânicos, um resort na Praia da Luz.
No dia 3 de maio, em clima de diversão, o casal decidiu jantar com um grupo de amigos enquanto os filhos dormiam. Para não deixá-los desamparados, Gerry e Kate se revesaram para conferir se estava sempre tudo bem com as crianças. A primeira checagem foi feita por Gerry e, até aí, Madeleine e os gêmeos dormiam tranquilamente. Já a segunda ida ao quarto foi responsabilidade de Kate. Ao chegar no local, ela percebeu que a primogênita havia sumido e que a janela do recinto estava aberta, só que de forma forçada.
A primeira hipótese a surgir foi que a menina havia sido sequestrada por Robert Murat, um homem que morava perto do apartamento da família, e levada para uma rede de pedofilia em Marrocos. O que contribuiu para essa suposição foram dois fatos: o de que Jane Tanner, amiga do casal, havia visto um sujeito carregando uma criança na noite do jantar – mas não pensou que poderia ser Madeleine – e uma turista norueguesa havia reconhecido a criança seis dias após o rapto, em Marrocos.
Pouco tempo depois surgiram as especulações de que os pais da menina estariam envolvidos no desaparecimento. A principal suspeita é a de que a menina teria morrido acidentalmente por negligência deles e, com isso, o casal teria escondido o corpo. Essa suposição não chegou a ir muito longe nas investigações.
Em 2008, a polícia britânica encerrou as investigações sobre o caso, mas voltou a sofrer pressão da família em 2011, quando o casal enviou uma carta ao primeiro-ministro David Cameron, afirmando que as autoridades não estavam fazendo o suficiente para que a filha fosse encontrada. No ano seguinte, a Scotland Yard tentou reabrir o caso, projetando até mesmo como estaria Madeleine aos nove anos, mas foi barrada pela polícia portuguesa, a qual alegou que não haviam informações novas o suficiente para isso.
Em 2013, em mais uma tentativa de retomar o caso, com uma possibilidade da menina estar viva, a polícia britânica conseguiu sucesso. Nesse período, a investigação recomeçou do zero, pois a Scotland Yard acreditava que, na verdade, o homem visto pela amiga casal estava buscando pela própria filha, transformando-se apenas em uma suspeita que atrapalhou em encontrar os verdadeiros culpados do crime.
Com a nova linha de apuração, suspeita-se que o sequestro da garota foi planejado, pois dois homens foram vistos agindo de maneira duvidosa próximo ao horário em que Madeleine havia sido raptada, de acordo com a primeira versão do caso. Esse processo de busca também se concentrou em tentar rastrear todas as linhas telefônicas das pessoas que estavam visitando o resort que a família estava hospedada.
Mesmo com toda a dedicação em tentar encontrar os responsáveis pelo sumiço da garota que, atualmente, teria 14 anos, nada foi foi solucionado. Há quem atribua isso à falta de investimentos financeiros do Ministério do Interior do Reino Unido. Além disso, as informações sobre o que aconteceu a partir da segunda linha de investigação começaram a perder espaço dentro dos veículos de comunicação, o que deixou todos no escuro sobre o assunto.