A Starbucks está no centro da discussão sobre preconceito racial nos Estados Unidos essa semana e os protestos contra a marca ganharam proporção nacional. Na última quinta-feira (12), dois homens negros foram presos pela polícia dentro de uma loja na Filadélfia, depois de solicitarem o uso do banheiro. Eles não estavam consumindo nada e disseram que iriam fazer seus pedidos assim que um amigo chegasse. Frente a isso, o gerente mandou que eles fossem embora e, quando os dois se recusaram, a polícia foi acionada. Os homens foram algemados e passaram oito horas sob custódia.
Vídeos do ocorrido foram postados nas redes sociais e o caso é um dos principais assuntos do momento em todo o país. O caso ganhou as manchetes de toda a imprensa americana e vários protestos estão sendo realizados. Essa é a maior crise vivida pela Starbucks nos últimos tempos.
Ao longo da semana, um outro caso de racismo na cafeteria veio à tona. Em Los Angeles, um homem negro também teve o acesso ao banheiro negado pela gerente do estabelecimento. Ele admite que não estava consumindo nada, mas se revoltou ao ver que um homem branco havia sido autorizado a usar o banheiro mesmo sem comprar qualquer produto. O caso aconteceu em janeiro e está repercutindo com força total depois do que houve na Filadélfia.
Frente ao escândalo, a Starbucks assumiu o erro, pediu desculpas e anunciou que fará um treinamento anti-racismo com seus funcionários. Segundo a empresa, todas as lojas americanas da rede irão fechar as portas durante a tarde do dia 29 de maio. São cerca de 8 mil unidades e 175 mil funcionários a serem treinados.
Nesta segunda-feira (16) a marca divulgou um vídeo em que o CEO Kevin Johnson faz uma mea culpa quanto ao ocorrido. “Algumas pessoas estão pedindo para que a gente tome medidas em relação à gerente [que chamou a polícia], mas eu acredito que a culpa pelo que aconteceu esteja em outro lugar. Na verdade, eu acredito que sou eu responsável por dar foco à solução desse problema. Esse é um problema administrativo e eu sou responsável por garantir que a gente reveja a política, a prática e o treinamento que fizeram com que isso acontecesse”, disse o CEO, que também encontrou-se pessoalmente com os homens presos na Filadélfia.