Ícone de fechar alerta de notificações
Avatar do usuário logado
Usuário

Usuário

email@usuario.com.br
Esquenta Black Friday: Assine a partir de 7,99

Qual é a origem das festas juninas no Brasil?

Uma das comemorações mais tradicionais do Brasil, as festas juninas tiveram seu início lá no período da colonização e perpetuam até hoje.

Por Fernando Gomes
Atualizado em 15 jan 2020, 16h37 - Publicado em 3 jun 2019, 14h00
Cão pug fantasiado de caipira para Festa Junina dos cães (NancyAyumi/iStock/Getty Images)
Continua após publicidade

Junho chegou e todo mundo já está preparado para as festas juninas que nós tanto amamos. Vai ter muita comida, muita música, preparações e festança durante as próximas semanas. A comemoração é bem popular aqui no Brasil e sua origem se dá lá atrás, a partir da colonização do nosso país por Portugal. Quer saber como tudo começou? Vem com a gente!

Contexto geral

Os historiadores apontam que o início das festas típicas ocorreu na Europa, devido ao solstício de verão – que refere-se, no caso do Hemisfério Norte, à passagem da estação da primavera para o verão. Este fenômeno acontece no mês de junho para os europeus.

Além disso, o objetivo de prática de festas era totalmente relacionado às causas pagãs. Acreditava-se que essas festas afastariam espíritos mal-intencionados e protegeriam as colheitas da população.

Mais tarde, quando o cristianismo se espalhou no continente como a principal religião cultuada por lá, a tradição festiva foi adaptada para o calendário do catolicismo e figuras como Santo Antônio, São João e São Pedro foram incluídas nas comemorações juninas.

A Igreja Católica costumava fazer isso. Converter práticas de diferentes povos, adaptando elementos de sua crença e inserindo-as em sua própria cultura. Um bom exemplo disso é o Natal, que também tem origem pagã.

Incluídos os santos, três dias do mês junino foram designados para celebrações em seus nomes e ao que eles representam para os cristãos. Santo Antônio, o santo “casamenteiro”, no dia 13 de junho; São João, o homem que anunciou a vinda de Cristo para a Terra, no dia 24 de junho; e São Pedro, um dos apóstolos e seguidores de Jesus, no dia 29 de junho.

Continua após a publicidade

Uma outra questão interessante é a popularidade de São João nesse período de festas. Em sua origem, as festividades da Europa tinham como característica principal o culto a deuses da natureza. Eles assimilavam a passagem do solstício de verão com as colheitas.

Um deles era Adônis. No mito antigo, o rapaz charmoso recebia atenção mútua de Afrodite (deusa do amor) e Perséfone (deusa do submundo), e consequentemente essas mulheres passaram a disputá-lo arduamente. Zeus, o soberano, determinou que Afrodite ficasse com Adônis metade do ano, sob o sol, e Perséfone a outra metade, sob as trevas.

É daí que sai a questão de tempo e plantações, pois costumava-se pensar que isso influenciava no ciclo natural da colheita. São João entra aqui, com base no que dissemos anteriormente: a adaptação da cultura antiga para o cristianismo. O culto de Adônis era realizado no dia 24 de junho e a Igreja assimilou esse dia para celebrar a atuação do mensageiro de Cristo.

Por isso, o dia de São João é sinônimo de festa junina. Foi a partir dessa data que o catolicismo incluiu os outros santos no calendário junino e, a partir disso, se consolidou entre a população.

Continua após a publicidade

A comemoração no Brasil

A festança já era praticada na Península Ibérica (Espanha e Portugal) e, posteriormente, foi trazida para o Brasil pelos portugueses no século XVI durante a colonização. Inicialmente, o nome que se popularizou foi ‘festa joanina’ (referente a São João, o principal santo padroeiro), mas ao longo do tempo foi alterado para ‘junina’ por conta do mês em que acontecia.

Assim como na Europa, o intuito festivo era fundamentado em um viés religioso, só que isso foi se perdendo com o passar do tempo com a visão tradicionalista e popular a que as festas foram submetidas. Isso também está ligado à criação de símbolos característicos da nossa cultura – que veremos mais adiante.

A região brasileira que mais foi influenciada por essa comemoração foi o Nordeste. Até hoje, a festança por lá é reconhecida por todos como a maior e a mais repercutida dentre as outras. Em Campina Grande, município da Paraíba, acontece o Maior São João do Mundo, que recebe mais de 2 milhões de pessoas durante um mês de festividades. Neste ano, artistas como Ivete Sangalo e Elba Ramalho integram a programação de shows.

Símbolos típicos e curiosidades festivas

Existem algumas tradições que sempre estão presentes em qualquer festa junina aqui do Brasil. Muito além do forró, da pamonha e do quentão, ações e curiosidades promovidas dentro dessa festança carregam multidões e os fazem tirar os pés do chão, além de criarem aquela ambientação gostosa de arraial que todos nós amamos.

Continua após a publicidade

A quadrilha

A quadrilha é um exemplo nato. Essa dança efervescente traz consigo a coreografia e a flanela nas vestimentas provindas das tradições das cortes francesas. A folia era chamada de “quadrille” e, para os ingleses, “campesine”, devido à prática da mesma entre os camponeses. Os passos ritmizados – como “anarriê” e “tour” – e as roupas rodadas com tecidos mais chamativos e coloridos (como a chita) são heranças que permanecem até hoje em nossas comemorações.

O casamento

O casamento caipira que todos conhecem surgiu como uma versão irônica das cerimônias tradicionais. Quem também é associado a esta tradição é Santo Antônio, o santo conhecido por realizar a união de casais através de uma simpatia e um pedido aclamado por eles. A fama de “casamenteiro” vem de devotos da religião cristã.

Casamento festa junina
(Mario Tama/Getty Images)

A fogueira

As fogueiras são heranças das culturas celta e greco-romanas e representa gratidão aos deuses pela colheita farta. E o fruto dessa colheita é simbolizado pelas comidas e quitutes típicos das festas juninas (a paçoquinha, o curau, a canjica, dentre outros). Os fogos, originários da China, também são uma forma de agradecer o bom retorno das colheitas.

Continua após a publicidade

As bandeirinhas

Por fim, as bandeirinhas que enfeitam os ares são relacionadas aos três santos mencionados anteriormente (Antônio, João e Pedro). Uma vez que são considerados padroeiros do mês junino, a população optou tradicionalmente por agradecê-los e dar as boas-vindas a eles mergulhando as bandeiras em água e pregando elas nas alturas. Esse rito é chamado de “lavagem dos santos” e acredita-se que esse procedimento purifica o ambiente em que se dará a festança.

Bandeirinhas de festa junina
(Priscila Zambotto/Getty Images)

Agora que você já sabe como tudo começou, como estão as suas preparações para este mês junino maravilhoso que está por vir? Qual é a origem das festas juninas no Brasil?

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

OFERTA RELÂMPAGO

Digital Completo

Moda, beleza, autoconhecimento, mais de 11 mil receitas testadas e aprovadas, previsões diárias, semanais e mensais de astrologia!
De: R$ 16,90/mês Apenas R$ 1,99/mês
ECONOMIZE ATÉ 59% OFF

Revista em Casa + Digital Completo

Receba Claudia impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
De: R$ 26,90/mês
A partir de R$ 10,99/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$23,88, equivalente a R$1,99/mês.