Depois da tragédia, Mariana passa por um processo intenso de reconstrução. E a gente sabe que não está sendo fácil. Em meio às ações para reerguer as regiões afetadas nasce uma simplesmente genial: Tijolos de Mariana. A premissa não podia ser mais carregada de simbolismo: a mesma lama que dizimou a cidade agora está sendo usada para reconstruí-la.
A iniciativa não está ligada ao governo nem a mineradoras e é uma parceria entre a Grey Brasil, o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e o Laboratório de Geomateriais e Geotecnologia da Escola de Engenharia da UFMG. Para filtrar a lama e torna-la atóxica o projeto está utilizando um processo desenvolvido pela universidade mineira, que transforma rejeitos de barragem em um composto chamado Metakflex.
Os trabalhos da Tijolos de Mariana começou artesanalmente em janeiro e, desde então, mil unidades estão sendo produzidas por mês. Agora o projeto pretende atuar em escala industrial e tem como meta reconstruir 1,2 mil casas populares, hospitais e escolas na região. Além disso, a ideia também é gerar empregos na comunidade local e expandir a venda dos tijolos a outras partes do Brasil.
A utilização da lama também cumpre um papel ambiental. Segundo o projeto, a ideia é que 700 toneladas de lama sejam transformadas em tijolos a cada ano. A Tijolos de Mariana também garante que seu processo de produção é ecológico e não envolve a liberação de gases tóxicos na atmosfera.
Para que a fábrica saia do papel, o projeto iniciou uma campanha de arrecadação de fundos no Kickante. É possível doar qualquer valor acima de R$ 10. Que tal se unir à causa? Clique aqui para saber mais.