Que o esporte faz bem para o corpo, isso ninguém discute. Agora, já sabemos também que ele pode ter papel preponderante na conquista do equilíbrio psíquico, sobretudo durante a fase de crescimento. Há mais de uma década, o psicólogo Fernando Bryt, fundador do Núcleo de Inovação e Pesquisa do Transtorno por Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) da Universidade Estadual do Ceará, usa práticas esportivas como ferramenta terapêutica.
Embora o método tenha sido desenvolvido especificamente para tratar pacientes com TDAH, o psicólogo explica que ele apresenta resultados positivos com qualquer criança ou adolescente que precise desenvolver habilidades sociais, aprender a resolver conflitos, adquirir autoestima, autocontrole e aprimorar a atenção em sala de aula.
As grandes vantagens são o baixo custo, a maior motivação da criança e a participação dos pais, que compartilham experiências
Em encontros semanais, os terapeutas atuam como treinadores. Cabe a eles ajudar a identificar os problemas e transformá-lo em metas pessoais, que serão perseguidas durante jogos de motivação. Conheça a seguir, seis situações muito comuns na rotina de crianças e adolescentes. Em todas elas, o esporte é um santo remédio!
1. Dificuldade para se relacionar com o grupo
Ao fazer parte de um time, a criança ou adolescente vivencia episódios que também são corriqueiros fora das quadras e desenvolvem habilidades sociais fundamentais: aprendem a aceitar e respeitar as regras, se adaptam aos códigos de comportamento e são estimulados a cooperar sempre.
2. Intolerância a frustrações
Impossível vencer sempre no esporte. Lidar com um placar desfavorável ajuda a criança ou adolescente a enfrentar as derrotas e compreender que elas são tão importantes quanto as vitórias. Da mesma forma, eles aprendem a colocar os interesses pessoais em segundo plano, em prol dos interesses do grupo.
3. Baixa autoestima e timidez excessiva
Em um time, cada participante tem seu papel – e todos os jogadores são importantes para que a engrenagem funcione. Com ajuda dos treinadores, os pequenos jogadores se sentem cada vez mais seguros e confiantes, além de orgulhosos por suas realizações.
4. Baixa capacidade de atenção
Da mesma forma como se treinam as habilidades esportivas, é possível treinar a habilidade de manter a atenção nas tarefas propostas, sejam elas na quadra, na brincadeira ou na escola.
5. Falta de autocontrole emocional
Enquanto pratica um esporte competitivo, o organismo da criança experimenta a manifestação de estados emocionais extremos, como raiva, frustração, tristeza, alegria e euforia – tudo em uma única partida. Cabe aos treinadores a função de ajudar a equilibrar essas emoções.
6. Dificuldade para resolver conflitos
Envolver-se em brigas e discussões é natural em qualquer faixa etária. No calor do acontecimento, em plena quadra, é possível transformar a questão em um momento educativo por excelência – cabe ao treinador transmitir valores positivos e ajudar na intermediação.