Não existe? 445 LGBTs foram mortos no Brasil em 2017
É como se uma pessoa LGBT+ morresse a cada 19 horas no país.
445 LGBT+s morreram no Brasil por homofobia, em 2017, sendo 387 delas por homicídio e 58 por suicídio. De 2016 para 2017 o número aumentou em 29%, pois apenas os homicídios de 2017 passam as 343 mortes – incluindo suicídio – de 2016.
Isso significa que a cada 19 horas, no ano passado, uma pessoa LGBT foi morta no país. Assustador.
Os dados recentes são do Grupo Gay da Bahia e mostram também que os principais motivos são armas de fogo, armas brancas, espancamento, asfixia e outras, nesta ordem. Suicídio fica em terceira posição com 58 vítimas. Quando se trata de mortes por Estado, São Paulo lidera a lista com 59 mortes, seguido por Minas Gerais com 43 e Bahia com 35.
O número mais alto registrado era em 2016, o aumento estava ocorrendo, mas o salto chamou a atenção.
A maioria da mortes são de homens gays (187), seguidos pelas travestis com 132 mortes e mulheres trans (46).
Estados Unidos
O Brasil não foi o único país em que o número de mortes LGBT+ aumentou, nos Estados Unidos, de 28 homicídios em 2016, o número praticamente dobrou para 52.
Porém, os dados do National Coalition of Anti-Violence Programs (Coalizão Nacional de Programas de Contra a Violência), dos Estados Unidos não computa o atentado de 2016 à boate Pulse, que matou 49 pessoas, em Orlando, por ser considerado um massacre, o que não é um homicídio isolado.
O maior número de homicídios no país até então era de 30 pessoas em 2011, 22 pessoas a menos que em 2017.
No país, a ordem da forma que ocorrem os assassinatos é: armas de fogo (53%), esfaqueamento (21%), espancamento (13%), bala perdida de policiais (6%), asfixia (4%) e afogamento (2%).
Mesmo assim, nos Estados Unidos o número é mais de cinco vezes menor que no Brasil, o cálculo feito é de que nos Estados Unidos morre uma pessoa na comunidade LGBT+ a cada semana, no Brasil, é a cada 19 horas.
Mesmo o Brasil tendo avançado e estando dentro de vários conceitos positivos em relações a leis que asseguram direitos e proteção dos LGBT+s, como mostra o gráfico da Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Trans e Intersex (IGLA), a realidade nas ruas é muito diferente, e demonstra uma piora que assusta a todos.
Em 2017, o Brasil, inclusive, já é o país que mais mata LGBTs no mundo. De acordo com a mesma associação, no primeiro quadrimestre de 2017, uma pessoa é morta a cada 25 horas.