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Metade das crianças e jovens do mundo sofre bullying, aponta ONU

Segundo relatório, a taxa no Brasil é 43%; explicar importância da diversidade ajuda a diminuir agressões

Por Maria Beatriz Melero Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 jan 2017, 10h29 - Publicado em 19 jan 2017, 16h39
Bullying na escola
 (Reprodução/Getty Images)
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Episódios de bullying ainda marcam a vida de crianças e jovens. Uma pesquisa da Organização das Nações Unidas (ONU) revelou que, em média, metade das crianças e jovens do mundo foi vítima de bullying em algum momento da vida. A consulta entrevistou 100 mil crianças de 18 países do mundo.

No Brasil, o percentual é 43%, de acordo com o relatório. A taxa nacional é semelhante a de vizinhos latinos – como Argentina (47,8%), Colômbia (43,5%), Uruguai (36,7%) e Chile (33,2%) – e a de alguns países considerados desenvolvidos – como Noruega (40,4%), Espanha (39,8%) e Alemanha (35,7%).

Leia mais: Especialistas discutem os meios de acabar com o bullying

Como acabar com o bullying

O bullying é definido como agressões intencionais, verbais ou físicas. Ele pode ser entendido como ações que envolvam tirania, ameaça, opressão e humilhação por parte do agressor.

De acordo com a pesquisa da ONU, a maioria dos casos de bullying reportados pelas vítimas foi motivada por sua aparência física, gênero, orientação sexual, etnia ou país de origem.

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Uma das alternativas para encerrar episódios de violência é explicar a importância da diversidade no ambiente social durante o processo de educação dos jovens. Essa foi sacada do Colégio Stance Dual, na capital paulista.

“Na escola do passado, a regra era ignorar as diferenças e buscar a homogeneidade. Hoje, existe um coletivo multicultural e social do qual precisamos nos aproximar”, explica Ana Cláudia Correa, orientadora educacional da instituição.

Leia mais: Como identificar se seu filho pratica bullying na escola

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Atitude prejudicial para os dois lados

Incentivar as crianças e ensiná-las a não praticar o bullying é essencial para os dois lados – tanto para o agressor, quanto para quem sofre a agressão – , uma vez que a prática pode causar danos irreversíveis.

Para a psicóloga Sandra Trambaiolli De Nadai, formadora de pais e professores e pesquisadora do Grupo de Estudos em Educação Moral (Gepem/Unicamp), quem pratica o bullying ainda está em um processo de desenvolvimento. “É um jovem que ainda não desenvolveu a empatia pelo outro, nem aprendeu a transformar seu descontentamento em diálogo. Muitas vezes, também tem um histórico de sofrimento”, explica a especialista.

Segundo Luca Sinesi, diretor da Plan International – ONG responsável pela campanha “Chega de Bullying – Não Fique Calado”–, os jovens que praticam o bullying estão mais propensos a se tornarem adultos com dificuldades para respeitar regras e podem desenvolver dependência em álcool ou em outras substâncias químicas.

Para as vítimas, as agressões também podem prejudicar seu desenvolvimento pessoal. “No caso das vítimas, há um leque enorme de consequências, da queda de rendimento escolar e da dificuldade em fazer amigos ao isolamento, tristeza, depressão, ansiedade e abandono”, explica Sinesi.

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