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Drag queen de 11 anos afirma que ser menino não o impede de usar vestidos

No palco de um programa britânico, Leo Noakes deu uma aula sobre a diferença entre identidade de gênero e ser drag queen. Vem ver!

Por Alice Arnoldi
Atualizado em 16 jan 2020, 10h38 - Publicado em 9 ago 2018, 17h12
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  • Liberdade de expressão. Foi isso que Leo Noakes levou ao palco do programa britânico “Loose Women”, na última quarta-feira (8), quando apareceu com o seu vestido estampado, meia arrastão, uma maquiagem colorida e uma pose cheia de empoderamento. 

    No episódio, Leo apresentou-se em frente as câmeras, pela primeira vez, com as roupas do seu dia a dia e logo em seguida surpreendeu o auditório com o resultado da sua transformação. Mas, mais do que isso, o garoto se destacou, principalmente, pelo seu discurso maduro sobre identidade de gênero.

    “Só porque eu tenho um pênis não significa que eu não possa usar vestido”, disse Noakes indo direto ao ponto sobre como a escolha de sua roupa não interferia no reconhecimento do seu corpo como masculino. Em seguida, ele aproveitou o seu momento de fala para explicar também o porquê de gostar de ser uma drag queen: “Só quero mostrar a todos que está tudo bem ser diferente. Isso só me dá mais confiança”. 

    O apoio em casa ajuda Leo a ter essa segurança em se arriscar em diferentes aventuras. O principal suporte vem de sua mãe, Lauren, que contou como o filho sempre foi extravagante e uma personagem drag queen nata. “Ele sempre quis se vestir de salto e coisas do tipo”, explicou.

    No entanto, Lauren não conseguiu apoiar Noakes desde o começo. Ela temia que esse comportamento do filho era pela falta de uma figura paterna nos três primeiros anos de vida, o que o levaria a copiar as atitudes da mãe. Isso fez com que ela tentasse inserir brinquedos conhecidos como “de menino” socialmente e afastar a ideia dele de performar.

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    “Quando ele tinha uns seis anos, tirei as coisas que ele pegava, no sentido de se livrar de brinquedos antigos. Tentei fazer com que ele se concentrasse um pouco mais em carros e encontrasse algo mais infantil”, revelou. Porém, com o passar dos anos, ela entendeu que o gosto pelas roupas femininas, apliques e maquiagens era apenas uma característica do filho e que estava tudo bem apoiá-lo.

    Ser drag queen NÃO é ser gay ou transgênero

    Ao contrário do que as pessoas podem pensar, quando um homem se veste como uma mulher, isso não significa que ele se relaciona com pessoas do mesmo sexo ou que ele não se identifica com o seu corpo.

    Uma das justificativas que mostra a incompatibilidade na associação que ser drag queen é ser gay ou transgênero é que, enquanto uma pessoa que não se reconhece da maneira que nasceu vive isso diariamente, homens que se vestem como mulheres experimentam isso em apenas alguns momentos.

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    Isso mostra que a escolha pelos vestidos extravagantes, makes elaboradas e saltos altos acontece, especialmente, para a prática de perfomances artísticas, como apresentações e danças.

    Não é questão de idade

    Leo Noakes, que tem como nome artístico Violet Vixen, não é a primeira criança que apareceu nas mídias mostrando que ser drag queen não é uma questão de idade. Desmond, de 11 anos, também ganhou destaque no assunto ao criar um coletivo chamado Haus Of Amazing para encorajar outros jovens que passam o mesmo que ele.

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    Mesmo tão novo, o seu trabalho ajuda a combater o bullying que algumas crianças podem passar ao escolherem vestir-se como mulheres e a prevenir até mesmo o suicídio caso a pressão social seja insuportável.

    No seu site, ele aproveita o espaço para empoderar quem se identifica com sua história. “As pessoas têm o direito de dançar, cantar ou se vestir do jeito que quiserem. Você pode se expressar como quiser. Não importa se você gosta de jazz ou rap, balé, dança de salão, vestidos ou ternos. Eu gosto de Diana Ross. Talvez você goste também”, publicou na bio da plataforma. 

    A grande apoiadora de Desmond, assim como de Leo, é a mãe. Ela é a responsável por filtrar os comentários maldosos que podem surgir no perfil do filho e, consequentemente, evitar que a sua experiência de ajudar outras pessoas torne-se negativa.

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