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Um guia para entender os perigos da internet e aprender a se prevenir

O ambiente virtual, apesar de parecer inofensivo, traz riscos à segurança e à privacidade

Por Lia Rizzo
Atualizado em 4 jan 2019, 23h15 - Publicado em 9 jun 2018, 09h01
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  • Não há como negar que a internet facilitou muito a busca de informações,  a compra de produtos e o contato com o mundo. Porém, ela não é totalmente segura. Ataques a perfis, roubo de dados e a disseminação de vírus afetam milhares de pessoas todos os dias. Entenda como você pode detectar os problemas e se proteger.

    Equipamento infectado

    Os sinais de que o equipamento foi invadido podem variar bastante. No computador, são indicativos de que um vírus se instalou quedas repentinas de desempenho, barras de ferramentas que aparecem inesperadamente ou a mudança involuntária da página inicial da internet.

    Os PCs precisam ser reiniciados em modo de segurança, além de passar por uma varredura dos dados. Se não funcionar, a máquina deve ser examinada por um especialista, que irá reformatá-la – ou seja, apagar tudo e reinstalar o sistema do zero.

    Nos celulares, o alerta é o surgimento de aplicativos que não foram instalados. Também acontece de o telefone desligar de repente, o crédito acabar rapidamente ou a conta chegar alta. A solução é simples. Instala-se um antivírus, que remove os chamados malwares e protege contra infestações futuras.

    Roubo de dados

    No ano passado, apenas um cibercriminoso realizou um dos maiores vazamentos de informações confidenciais da história no Brasil. De acordo com o último Relatório da Segurança Digital no Brasil, da PSafe, publicado no final de 2017, 1,4 bilhão de dados, entre e-mails, senhas, números de cartão de crédito e CPFs, foram divulgados.

    Uma vez compartilhados, eles podem ser empregados em fraudes eletrônicas, clonagens e saques bancários. Ainda ficam disponíveis em bases ilegais, nas quais muitos criminosos podem visualizá-los.

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    O acesso a esses dados se dá por meio de brechas de segurança no código dos sites onde os usuários fazem compras e também em plataformas que contêm dados cadastrais. Ocorre ainda por displicência das pessoas, que, em geral, escolhem uma senha de fácil dedução e passam a adotá-las em diversos serviços.

    Perigo nas compras

    No Brasil, a cada cinco segundos uma empresa de comércio eletrônico em que compramos é alvo de fraude, de acordo com a Konduto, companhia de segurança online. Só no setor financeiro, o Banco Central aponta que houve um aumento de 297% nas queixas de pessoas que caíram em golpes na web entre 2016 e 2017. Por isso, algumas regras são fundamentais para que a facilidade de comprar pela internet não vire dor de cabeça.

    Ao procurar uma loja ou prestador de serviço, é necessário verificar se o site é oficial e a conexão segura – um cadeado na barra do navegador de internet pode assegurar isso. O Código de Defesa do Consumidor exige que os estabelecimentos virtuais informem CPF ou CNPJ, endereço físico, telefone e e-mail de contato, o que muitas lojas já fazem, ainda que a forma não seja tão visível.

    Se o e-commerce parecer suspeito, é recomendável ligar e conferir antes de qualquer aquisição. Outro bom recurso é checar avaliações das empresas em redes sociais. Vale ainda pesquisar no Procon a lista de sites desonestos que o órgão mantém em sua página.

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    Leia mais: Dicas de segurança na internet para as crianças e adolescentes

    Golpe no banco

    O celular já é o canal preferido por 9,5 milhões de brasileiros para pagar contas e fazer transferência de valores. O que é uma boa notícia, pois os aplicativos são mais seguros que o internet banking. Ainda assim, deve-se evitar armazenar conta e senha no aparelho. O melhor é utilizar o aplicativo em conexões wi-fi conhecidas, como a de casa. E ter o cuidado de se desconectar do mobile banking sempre que finalizar as operações.

    Percebendo qualquer anomalia no extrato, deve-se entrar em contato com o banco imediatamente. Conforme o Código do Consumidor, à instituição cabe provar que o serviço foi prestado corretamente e com a segurança que o cliente espera. Se não ocorrer o estorno do dinheiro ou uma solução no prazo estabelecido para a investigação, recomenda-se procurar a Justiça, além de registrar um boletim de ocorrência.

    Calúnia e difamação

    Em 2012, foi sancionada a Lei Carolina Dieckman para punir crimes virtuais, após a atriz global ter fotos íntimas publicadas na rede. “Nos casos de exposição indevida, calúnia, injúria ou difamação, o tempo é crucial para a preservação da prova”, diz a advogada Sandra, que orienta a vítima a tirar print (cópia) da tela assim que identificar a ofensa. Em seguida, ela deve se dirigir a um tabelião de notas e solicitar uma ata notarial, espécie de cópia autenticada. “É necessário entrar com uma ordem judicial para pedir a retirada do conteúdo.” Em caso de nudez ou pornografia, o material precisa ser apagado pelo site que o hospeda logo que for denunciado, mesmo antes de ser expedida a ordem judicial.

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    Leia mais:  Guia de segurança do namoro virtual: proteja-se de golpes na internet

    Fake News

    As notícias falsas, ou fake news, circulam mais depressa que as verdadeiras e atingem número de pessoas até maior. Criadas principalmente para manipular opiniões com base em fatos inverídicos, sempre estão hospedadas em sites pouco conhecidos ou de procedência duvidosa. Seus autores muitas vezes usam endereços parecidos com os dos grandes portais de comunicação. Na dúvida, não clique nem encaminhe. Além de correr o risco de ser responsabilizada por espalhar, criminosamente, mentiras sobre alguém, pode infectar dispositivos dos amigos se a mensagem contiver vírus.

    Para se prevenir:

    Aplicativos de segurança

    Essas ferramentas são fundamentais. Identificam, por meio de inteligência artificial, se um link é falso ou se a página está pedindo algo que não deveria e, então, realizam bloqueios automaticamente. Para o computador, as marcas mais conhecidas são Norton, Kapersky e BullGuard. Já para o celular, CM Security, DFNDR Security e Avast Mobile.

    Senhas não convencionais

    Evite combinações que possam ser facilmente descobertas, como números sequenciais, de telefone e data de nascimento. O ideal é criar senhas longas, com cerca de dez caracteres, misturando letras maiúsculas e minúsculas, símbolos e algarismos. A mesma senha não deve ser usada em vários sites e serviços. Convém alterá-las a cada três meses.

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    Backups periódicos

    É essencial realizar regularmente cópias de segurança, os chamados backups. Eles evitam a perda imprevista de informações ou documentos e também preservam os arquivos caso haja necessidade de nova formatação. Existem inúmeros programas para esse fim, tanto para computadores como para celulares.

    Leia mais: Redes sociais são principais alvos de roubo de informações 

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