Especialistas dizem que os animais ajudam a desenvolver a habilidade de comunicação, melhorar a autoestima e controlar a ansiedade
Foto: Aliki Salmas/First Light/Corbis
Quem tem bicho de estimação sabe, por experiência própria, que ele torna a vida mais leve e feliz. Já entre os profissionais da medicina é cada vez mais aceito e difundido que esse tipo de companhia faz bem à saúde. “Só de acariciar ou brincar com um animalzinho, a pressão arterial diminui, assim como cai o nível de hormônios relacionados à dor e aumenta o dos responsáveis pelo bem-estar”, afirma a veterinária Queli Tessaroto, coordenadora do Grupo de Estudos de Interação Humano e Animal (Ge-Interha), da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), em São Paulo. Ocorre que somos seres extremamente sociais, com grande necessidade de contato físico. “Mas não é raro recebermos menos carinho do que precisamos”, diz o zootecnista e mestre em psicologia Alexandre Rossi, o Dr. Pet da TV. “Por mais que tenhamos muita gente à nossa volta, o contato interpessoal não é pleno, pois nos preocupamos com a interpretação que o outro fará do nosso gesto de carinho. A relação com os animais é mais simples, não temos essa apreensão.”
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Não por acaso, os companheiros de quatro patas, em alguns casos, têm sido usados diretamente no processo de recuperação de doentes. “A presença deles faz com que o paciente se esqueça de suas preocupações e foque no presente”, explica o médico Paulo de Tarso Lima, coordenador da medicina integrativa do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, que permite às pessoas internadas receber a visita de seu pet. A observação tem mostrado que a recuperação de quem conta com esse benefício costuma ser mais rápida, segundo Rita Grotto, gerente de atendimento ao cliente da instituição e responsável pela implantação do Planetree, selo internacional que atesta o uso de práticas de humanização no ambiente hospitalar.
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Animais também participam com sucesso de tratamentos psicológicos e contribuem para a melhoria da qualidade de vida de pessoas com deficiência. Nos dois casos, os especialistas dizem que, entre outras coisas, eles ajudam a desenvolver a habilidade de comunicação, melhorar a autoestima e controlar a ansiedade. “Como não fazem julgamento nem têm preconceito, oferecem uma troca afetiva que não costumamos encontrar facilmente na sociedade”, explica o psicólogo Klayton Giordani, da Associação para Valorização de Pessoas com Deficiência (Avape), em São Paulo. E acrescenta: “Uma sessão de fisioterapia, por exemplo, pode virar diversão se houver a interação com um bicho, o que sempre acelera os resultados”. Mas ter um pet traz vantagens emocionais para qualquer um. “Quando seu cachorro pula e se diverte no parque, você se diverte por meio dele, pois o ser humano é capaz de sentir prazer pelo outro”, diz Alexandre Rossi. “E o fato de ele precisar de você para viver traz mais realização ainda, porque sacia nosso instinto natural de cuidar do próximo.”