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Entenda a infertilidade secundária e saiba como conseguir ser mãe de novo

Dificuldades para engravidar novamente depois da primeira gestação são comuns e relacionadas à idade, à saúde e ao estilo de vida.

Por Raquel Drehmer
Atualizado em 15 jan 2020, 19h04 - Publicado em 1 Maio 2019, 15h23
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  • Mãe de Vittorio, de oito anos, Adriane Galisteu revelou recentemente que está com dificuldade para engravidar do segundinho. Este é um problema pelo qual muitas mulheres passam, mas poucas sabem que se trata de infertilidade secundária, uma condição que atinge apenas as que já tiveram um filho (ou dois ou três ou mais, em caso de gestação gemelar).

    Conversamos com o ginecologista Márcio Coslovsky, especialista em reprodução humana, diretor da Clínica Primordia (RJ) e membro da SBRA – Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida  e da ESHRE – Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia, que nos explicou tudo sobre o assunto.

    Infertilidade primária x infertilidade secundária

    Para começar, é legal entender que existem dois tipos de infertilidade.

    A infertilidade primária é aquela em que a mulher nunca conseguiu engravidar, seja espontaneamente ou mesmo depois de tratamentos de indução de ovulação, inseminação artificial ou FIV (fertilização in vitro).

    Já a infertilidade secundária é a que atinge a mulher que já engravidou e já deu à luz, e quando tenta engravidar novamente não consegue – mais uma vez, seja espontaneamente ou após tratamentos médicos.

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    E por que a mulher tem dificuldade para engravidar pela segunda vez?

    Vários fatores podem contribuir para a dificuldade de ter uma segunda gestação. Coslovsky destaca a idade como o principal.

    “As mulheres estão sendo mães de primeira viagem cada vez mais tarde. Se a primeira gravidez foi aos 35 e a segunda será tentada cinco ou seis anos depois, essa mãe já estará com 40 ou 41 anos. A fertilidade cai progressivamente depois dos 35, é esperado que haja uma dificuldade para engravidar nessa fase da vida, com ou sem filho anterior”, afirma o especialista.

    Ele acrescenta que a qualidade dos espermatozoides e mesmo a performance masculina têm um declínio com o passar dos anos, o que pode somar aos empecilhos para a segunda gestação.

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    Também há que se levar em consideração que a saúde da mulher e do homem mudam dia após dia – ou seja, as condições ideais que possibilitaram a primeira gravidez anos atrás podem não existir mais nesses organismos. Infecções sistêmicas e infecções sexualmente transmissíveis podem impactar nas trompas, no útero e nos espermatozoides, impedindo a fecundação.

    O estilo de vida é outro agente que pode prejudicar as chances de uma segunda gravidez. A vida não está fácil para a maioria das pessoas, o que pode levar ao estresse cotidiano, de repente a um hábito novo de fumar e/ou de beber, à qualidade do sono ruim… Tudo isso diminui a capacidade reprodutiva.

    Como diagnosticar e tratar a infertilidade secundária?

    O diagnóstico é simples: se a mulher já tiver tido uma gestação e estiver tentando a segunda há mais de um ano sem sucesso, é um caso de infertilidade secundária. Simples.

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    O tratamento será feito pelo ginecologista, de preferência um que seja especializado em reprodução. Inicialmente, serão analisadas na mulher a dosagem hormonal, a permeabilidade das trompas, a cavidade uterina e a ovulação. Para o homem será pedido um espermograma. Os dois deverão fazer exames de sangue para detecção de infecções sistêmicas e infecções sexualmente transmissíveis.

    Os próximos passos dependerão do que for encontrado nos exames. Doenças e condições de saúde são tratadas pontualmente, e a mulher pode tentar uma gravidez natural quando elas estiverem curadas. Ou, se não quiser esperar mais tanto tempo, pode partir para uma técnica de reprodução assistida, como a FIV, a inseminação artificial ou a indução de ovulação.

    Se forem diagnosticados problemas no sistema reprodutivo da mulher ou do homem, o passo mais seguro é ir direto para a reprodução assistida. “As chances são boas. Ter gestado uma vez já é um bom sinal”, finaliza Coslovsky.

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