Consolidada no calendário brasileiro, a Black Friday pode proporcionar economia para quem sabe tirar proveito. Mas é tanta oferta vinda de todos os lados que acabamos ficando ansiosas e, com frequência, propensas a gastar mais do que gostaríamos (ou poderíamos). Sem falar nos golpes e fraudes, que podem tornar o que era para ser um dia divertido em uma experiência nada agradável. Fazer listas, se planejar e pesquisar o histórico de preços dos produtos desejados são algumas dicas que Daiane Mohr, planejadora financeira e especialista em investimentos na Warren deu a CLAUDIA. Sabia mais sobre como curtir a Black Friday de forma segura e saudável — para você e para o seu bolso.
Faça uma lista
Se em dias normais já ficamos zonzos com tantas promoções que vemos em anúncios, e-mails, mensagens de WhatsApp e até de SMS, imagine na Black Friday. Por isso, a primeira dica é: faça uma lista com aquilo que você precisa ou gostaria de adquirir. “Assim, fica mais fácil não se perder em ofertas de produtos que você nem pensava em ter, mas que, por estarem pela metade do preço, já dão aquela sensação de serem imperdíveis”, diz Daiane. Por uma Black Friday com menos ansiedade e cheia de bons negócios!
Pesquise o histórico de preços
Lojas podem aumentar o preço original do produto para aplicar a promoção ou então dão um desconto que nem é tão alto assim, fazendo com que a compra deixe de valer a pena. Para isso, é sempre bom já ir pensando no que você quer com uma certa antecedência. Assim, você pode monitorar os preços e avaliar se o desconto da Black Friday realmente faz diferença. Ah, e aqui vai uma dica bônus: preste atenção no “esquenta”. “Muitas lojas lançam suas promoções dias ou até semanas antes da sexta-feira. Além da Black Friday, alguns estabelecimentos já adotaram a Black Week e o Black Month”, lembra a especialista.
Saiba de quem comprar
A Black Friday tomou proporções tão grandes que são poucos os estabelecimentos que ficam de fora dessa festa. No entanto, não são todos que seguem as boas práticas do varejo. O Procon de São Paulo disponibiliza uma lista de sites a serem evitados, elaborada e atualizada constantemente. Já o Ministério da Justiça, em parceria com a Secretaria Nacional do Consumidor, desenvolveu uma ferramenta que permite pesquisar sites ou empresas e verificar as reclamações que já foram feitas por outros clientes. Vale a pena conferir se a loja é confiável ou se é melhor buscar o que você procura em outro lugar. “Uma dica extra é fazer um print screen quando você finalizar a compra. Caso você tenha algum problema, ele pode servir como prova de que você de fato realizou o pagamento”, recomenda Daiane.
O golpe tá aí e não cai só quem quer
Que atire a primeira pedra quem nunca foi vítima de um golpe (ou, no mínimo, de uma tentativa). O período da Black Friday é um terreno fértil para os mal-intencionados e criminosos de plantão. Mas existem, sim, maneiras muito eficientes de se prevenir:
- Verifique se o site é verdadeiro. Uma das formas de fazer isso é olhando para o endereço: antes do “www”, a URL deve conter o protocolo “https”, que garante que o site tem um certificado de segurança e que os dados do usuário são protegidos por criptografia. Além disso, a imagem de um cadeado fechado deve aparecer do lado esquerdo da URL.
- Cuidado com o phishing: este golpe, que já é um clássico do mundo digital, consiste em mensagens ou e-mails falsos que tentam induzir a pessoa a acessar links suspeitos para roubar seus dados pessoais. Nesses casos, vale a dica anterior: verifique se o link é confiável e, na dúvida, não clique nele.
- Desconfie de promoções “imperdíveis”: preços muito abaixo do mercado, especialmente no caso de aparelhos eletrônicos, podem ser um indicativo de fraude. Por isso, abra o olho e lembre-se de comparar ofertas de diferentes lojas, para ter certeza de que a oferta não é “boa demais para ser verdade”.
Não abra mão do planejamento
“Organização financeira e planejamento são hábitos que deveriam nos acompanhar sempre, independentemente da época do ano. Antes de qualquer coisa, olhe com atenção para a sua situação financeira e pondere: esse é mesmo um bom momento para gastar?”, orienta Daiane. Se você tem alguma dívida para quitar ou está montando a sua reserva de emergência, a especialista diz que talvez seja melhor esperar a Black Friday do ano que vem ou optar por compras menores, que não prejudiquem o seu orçamento. Caso exista espaço para fazer uma ou mais compras, estabeleça um valor máximo para gastar, levando em conta não só o seu saldo e o limite do cartão de crédito, mas também eventuais parcelas que você ainda tenha pendentes.
Por fim, na hora da compra, avalie as opções de pagamento que a loja oferece. Se questione o seguinte:
- Se você tiver o valor suficiente em mãos, por que não pagar à vista?
- Do contrário, em até quantas vezes é possível parcelar sem juros?
- Você vai conseguir arcar com o valor das parcelas nos próximos meses?
Assim, você pode curtir as suas compras sem ficar com aquele peso na consciência depois que a euforia do momento passar.