A Fifa nomeou mulheres para a arbitragem da Copa do Mundo de 2022, no Catar, pela primeira vez na história da competição, que tem 92 anos. Dos 129 profissionais convocados, apenas seis são do sexo feminino — Stéphanie Frappart (França), Salima Mukansanga (Ruanda), e Yoshimi Yamashita (Japão), Neuza Back (Brasil), Karen Díaz Medina (México) e Kathryn Nesbitt (EUA).
Stéphanie foi a primeira mulher a apitar uma partida masculina na Champions League, em 2020, e também arbitrou a final da Copa do Mundo feminina de 2019 e a final da Copa masculina da França. Yoshimi deu início a participação feminina na arbitragem de uma partida masculina da Liga dos Campeões Asiática. Além disso, a japonesa compunha o grupo de árbitros da 2019 FIFA Women’s World Cup, na França.
Já Salima é pioneira quando se trata de mulheres apitando um jogo da Taça das Nações Africanas de futebol. Também tem importância por ser árbitra em partidas femininas nas Olimpíadas de Tóquio, em 2020, na Copa do Mundo de 2019, na França, na Copa Africana de Nações e na Liga dos Campeões da África.
Karen e Kathryn são duas das três auxiliares que integram o grupo. Esta é estadunidense e fez faculdade de química, começou essa profissão ainda criança, como emprego de verão. Enquanto a outra é mexicana e apitou pela primeira vez com apenas 12 anos de idade, tendo já participado dos Jogos Centroamericanos de Barranquilla 2018, Pré Mundial Sub-20 da Concacaf em 2018 e o Pré Mundial Sub-17 da Concacaf em 2019.
Neuza Back: a brasileira na Copa do Mundo masculina
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Formada em educação física, Neuza Back é natural de Santa Catarina e foi convocada a ser auxiliar do maior torneio de futebol do planeta. Com o chamado, a árbitra assistente se torna a primeira brasileira a realizar esse feito. A profissional já integrou a equipe de arbitragem dos Jogos Olímpicos de Tóquio e o Mundial da Fifa de 2020. Também participou da Copa do Mundo Feminina de 2019, a partida entre Corinthians e Palmeiras na final do Paulistão de 2020.
Na Copa do Brasil de 2020, durante um jogo entre Vasco e Botafogo, Jairzinho fez um comentário machista depois de ficar infeliz com o desempenho dela. Ele disse: “vai lavar uma roupa, pô. Pelo amor de Deus! Essa Federação Carioca de Futebol, pelo amor de Deus. Pô, bota para lavar roupa”. Na época, a Federação Paulista de Futebol (FPF) publicou uma nota defendendo Neuza e, inclusive, a consideram como “uma das principais profissionais em atividade no país”.
Em outro momento, ela foi alvo de agressão: um torcedor a pegou pelo pescoço enquanto o jogo ainda estava em andamento. Um dos jogadores viu a situação e logo interrompeu a violência praticada contra a mulher.