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Pesquisa mostra qual perfil comportamental adere mais ao isolamento

Estar aberto a novas experiências, rigor ao executar atividades e empatia são alguns critérios avaliados pela estudo internacional

Por Ana Carolina Pinheiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 6 nov 2020, 20h39 - Publicado em 6 nov 2020, 18h25
isolamento
 (Bambu Productions/Getty Images)
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Nos primeiros meses do isolamento ficar trancada dentro do banheiro era o que acalmava Jackeline Oliveira, 35 anos. Acostumada com uma rotina agitada, a notícia da pandemia foi um convite forçado para sair da sua zona de conforto. “Não me permito muito conhecer o novo, mas quando a vida me impõe algo, que não tem o que fazer, me adapto e me conformo rápido”, diz a lighting designer, que não flexibilizou a quarentena.

O comportamento de Jackeline vai de encontro aos resultados de um estudo mundial feito por pesquisadores das universidades Columbia e Harvard, nos EUA, e de Cambridge, no Reino Unido. No total, 100.005 pessoas, de 55 países, incluindo o Brasil, deram suas respostas.

Divulgada pela associação American Psychological, a pesquisa mostra que pessoas que são flexíveis a novas experiências tendem a ficar em casa com mais facilidade. A metodologia do estudo foi feita pelo inventário de personalidade chamado Tipi, em que são feitas 10 perguntas para descrever a personalidade de acordo com os cinco quesitos a seguir: abertura experimentação, conscienciosidade (executar tarefas com cuidado e compromisso), extroversão, amabilidade e neuroticismo (tendência em experienciar sensações e reações negativas, como estresse).

Os pesquisadores se demonstraram surpresos com a relação de que indivíduos com pontuação baixa em neuroticismo e dispostos a novas experiências são mais fiéis ao isolamento. Para a Folha, o porta-voz da pesquisa, Friedrich Götz, doutorando na Universidade de Cambridge, lembrou que “a abertura também está relacionada a percepções de risco precisas, universalismo e identificação da humanidade”.

O fato de não estar dentro do grupo de risco não é visto como algo tranquilizante para Jackeline. “Não fico confortável em saber que posso contaminar uma pessoa. Acredito que minha pequena postura, assim como de outras pessoas, ajuda no coletivo”, diz ela, que passou a trabalhar em home office desde março e deve permanecer até o ano que vem.

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A persistência é natural do seu comportamento, mas também gera dilemas para a vendedora. “Se eu for fazer alguma coisa fora de casa, sei que vou me sentir mal, como aconteceu em situações excepcionais”. Os companheiros de isolamento, seu filho e o marido, também mostram a ela um outro lado. “Vejo meu filho aos 15 anos com outras necessidades, precisando sair. Meu marido também me cobra para sair um pouco com ele, só que não aceito”, revela a quarentener, que não vê a hora de ter a vacina para voltar a socializar.

A metodologia do estudo é vista com ressalvas por Lucas Francisco de Carvalho, professor do programa de pós-graduação em psicologia da Universidade São Francisco (USF). Segundo ele, o modelo usado , o”Big Five”, é restritivo e não considera patologias de personalidade. Especialista em estudos comportamentais sobre a pandemia de coronavírus, o professor revela que no geral indivíduos com tendências antissociais ficam menos em isolamento. Já os com traços mais empáticos se adaptam melhor à nova condição.

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