Com certeza, em algum momento da sua infância, você chegou a escrever uma cartinha destinada ao Papai Noel. É provável, também, que o “bom velhinho”, na época, tenha te presenteado exatamente com aquilo que você desejava ganhar.
Agora, imagine só ser uma criança que nunca recebeu presentes de Natal. Ou então, saber que essa é a única época do ano na qual seria possível ganhar aquelas coisas básicas, que sua família nunca pôde te dar- inclua nessa lista roupas, calçados, material escolar e até alimentos, só para citar alguns exemplos. Graças à campanha Papai Noel dos Correios, que acontece há 28 anos em todo território brasileiro, crianças em situação de vulnerabilidade social passaram a ter um Natal com um pouco mais de dignidade – e você também pode fazer parte disso.
Onde tudo começou
Foi lá nos anos 1980 que um grupo de funcionários da própria empresa teve a ideia de responder às correspondências que chegavam para o Papai Noel. Com o tempo, a prática se tornou cada vez mais comum dentro dos Correios, e se transformou em um grande projeto que, hoje, disponibiliza para adoção cartas enviadas por crianças de escolas, abrigos, creches e diferentes núcleos socioeducativos.
Eliane Moreira, agente de Correios há 22 anos, conta que, entre os pedidos mais inusitados que ela já leu, estavam o de uma criança pedindo por férias para a mãe, que trabalhava como diarista e nunca tinha tempo para os filhos. Outra delas pedia por maquiagem para melhorar a autoestima da mãe, que sofria de depressão.
Quero participar!
“Qualquer pessoa pode ajudar a tirar sonhos do papel, adotando cartinhas nos pontos de adoção, disponíveis em algumas unidades dos Correios. O presente pode ser entregue nas agências indicadas no site para essa finalidade”, explica Eliane.
Pela primeira vez, esse ano os Correios também estão disponibilizando a opção de adoção online – somente para pessoas residentes nas cidades de Belém, Cuiabá, Porto Alegre, Recife e região metropolitana de São Paulo. Mas, atenção: pela internet, só são permitidas cinco cartas por padrinho, com possibilidade de desistência ou cancelamento – você tem até o dia 24 de novembro para apadrinhar uma criança. Para um número maior de cartas, a solicitação tem de ser presencial.
Para quem prefere ir até um dos pontos de adoção dos Correios, não há limite de cartas por pessoa, mas ela será totalmente responsável pelas cartas que adotar. Desistir, nesse caso, faz com que a criança fique sem presente, já que não há a possibilidade dela ser escolhida por outro padrinho. Ah! É importante também prestar atenção aos pontos de entrega das doações – nem toda agência que disponibiliza cartas irá receber os donativos.
Preparando a encomenda
Brinquedos frágeis ou objetos que podem quebrar no meio do caminho, devem ser embalados em caixas, assim como as bicicletas – de preferência, escreva “frágil” no pacote. Atente-se para a numeração escrita no envelope da sua cartinha, pois esse mesmo número deve constar na embalagem – é com ele que os agentes identificam os endereços para envio dos presentes.
Quando os Correios não conseguem encontrar a criança, por conta de endereços incorretos ou incompletos, os presentes são doados a instituições sem fins lucrativos. Ou seja, não tem como ficar sem ajudar. Partiu ser Papai Noel por um dia?
Para mais informações, localizar os pontos de entrega e adoção de acordo com a sua região e saber até quando vai a campanha na sua cidade, é só acessar a página dos Correios e o blog da campanha.