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Como evitar e tratar as doenças do inverno

Entra ano, sai ano, e as indesejadas doenças respiratórias continuam tirando o sossego dos pequenos - e de seus pais! Saiba como evitar o problema

Por Lila de Oliveira (colaboradora)
Atualizado em 27 out 2016, 19h12 - Publicado em 6 jul 2015, 09h17
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  • Mesmo antes de o inverno dar as caras, já começamos a sentir os efeitos da queda de temperatura. Naturalmente, fechamos as janelas da casa, do carro e do ônibus, e, sem perceber, deixamos o caminho livre para a aglomeração de ácaros e fungos e a proliferação de vírus e bactérias. “Esse enclausuramento é um grande fator de agravamento das doenças alérgicas e infecções respiratórias”, destaca José Carlos Perini, presidente da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai).

    Outra vilã da estação é a baixa umidade do ar. “O ressecamento da mucosa que reveste o sistema respiratório prejudica a movimentação dos cílios que eliminam as secreções, favorecendo o surgimento de infecções virais e bacterianas”, explica o otorrinolaringologista Jamal Azzam.

    O médico também chama a atenção para o fato de que, nessa época, o vírus da gripe sobrevive em superfícies impermeáveis por até três dias! “Quando uma pessoa infectada tosse ou espirra, elimina partículas que contêm vírus. Por isso é importante cobrir a boca com as mãos e lavá-las em seguida”, diz. Vale lembrar, ainda, que, nas estações mais secas, a poluição se dispersa menos, e aí a lista de problemas aos quais estamos sujeitos não tem fim.

    Como evitar

    Tomar muita água é tarefa a ser lembrada todo santo dia. Outra recomendação importante é lavar as mãos ao chegar da rua – o hábito ajuda a evitar a propagação de doenças infectocontagiosas.

    A limpeza da casa pode ser mais rigorosa nessa época. Ao tirar mantas e cobertores do armário, lave-os, pois eles podem conter mofo. Passar um pano úmido no piso antes de varrer e aspirar diminui significativamente o pó, que pode carregar uma série de microrganismos causadores de doenças. “Mas, de qualquer forma, o ar precisa circular, por isso as janelas não devem ficar o dia todo fechadas”, alerta Perini.

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    E nada de trancar os filhos dentro de casa com medo do frio! “É recomendável sair com a criança. Não é bom ficar em ambientes fechados o tempo todo”, lembra. Outra dica: se os pais estão doentes, é melhor não beijar o filho nem compartilhar copos e talheres com ele.

    Diagnóstico

    O resfriado e a gripe são doenças de transmissão respiratória. O primeiro é marcado por coriza, espirros, dor de garganta leve e febre baixa e dura no máximo cinco dias. Na gripe, que pode levar de sete a dez dias para passar, é possível a ocorrência de tosse, diarreia, febre acima de 38°C, indisposição e dores nas articulações e na cabeça. Perini explica que os sintomas do resfriado também se assemelham aos da rinite, que é caracterizada, ainda, pelo surgimento de coceira no nariz, nos olhos e na garganta. Tosse, chiado no peito e falta de ar podem ser sinal de asma ou bronquiolite, uma das grandes responsáveis pelo aumento das internações nas épocas de frio, que pode ser grave especialmente nos bebês de até 3 meses, atesta Sonia Mayumi Chiba, vice-presidente do Departamento de Pneumologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo.

    Como cuidar

    A primeira medida é hidratar o corpo, já que a perda de água se intensifica tanto pelo suor da febre como pela coriza. De acordo com Jamal Azzam, a aplicação de soro fisiológico no nariz e a inalação são indicadas para todo tipo de doença respiratória. O procedimento ajuda a eliminar as secreções, bem como os vírus e as bactérias. E é sempre bom consultar o pediatra antes de ministrar analgésicos, antitérmicos e xaropes.

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    Por fim, vale dizer que dicas caseiras são bem-vindas, mas não insista se seu filho não estiver aceitando bem. O famoso pano com álcool para aquecer a garganta, por exemplo, pode irritar as vias respiratórias, por causa do cheiro forte. E nem sempre o mel acaba com a tosse. “Pode até piorar”, afirma Azzam. Para Sonia, o banho frio é outra medida dispensável. “Além de muito incômodo, só funciona na hora. A febre tende a voltar depois.”

    Quando correr para o pronto-socorro

    A febre alta é o principal sinal de alerta ao qual os pais devem ficar atentos. Tosse persistente, falta de ar e cansaço fácil são outros sintomas que merecem atenção, assim como mudanças de comportamento. Se a criança não está comendo e nem pensa em brincar, vale uma investigação mais apurada.

    Vacina contra a gripe

    Crianças a partir de 6 meses – bem como seus pais – devem tomar a vacina contra o vírus Influenza anualmente. Só não estão liberadas pessoas que tenham alergia grave a ovo. Sonia ressalta que a vacina da gripe não produz reação, já que é composta de vírus inativos. “O que pode acontecer é uma reação local, como dor, inchaço ou vermelhidão, mas a criança não ficará gripada em razão da vacina”, esclarece.

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    Gripe x dengue

    Mal-estar intenso, dor de cabeça e febre alta são incômodos comuns às duas doenças, mas, diferentemente da gripe, a dengue não produz sintomas respiratórios. São características da dengue manifestações como manchas na pele e dor atrás dos olhos, além de tontura, vômitos e sangramentos nos casos mais graves.

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