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Com o ‘politicamente correto’ o mundo não fica mais chato. Fica mais justo

Listamos alguns motivos pelos quais ainda precisamos MUITO do politicamente correto

Por Lucas Castilho
Atualizado em 11 abr 2024, 17h26 - Publicado em 14 dez 2015, 16h41
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  • Nos últimos tempos as discussões sobre o politicamente correto ganharam as redes sociais. “Ah, mas o mundo está muito chato…”, “Mas não pode fazer brincadeira mais com nada…”, “Olha lá, chegou a patrulha”, são algumas das frases repetidas à exaustão.

    Assim, está MESMO chato? Por causa do politicamente correto estamos realmente condenados a uma existência insossa e sem graça? Longe disso. Muito mais do que uma “pauta de esquerda”, o politicamente correto deve ser tratado com seriedade e como um princípio básico de cidadania. Quem afirma isso é a antropóloga e professora da faculdade de Direito do Mackenzie Bruna Angotti. “As pessoas acham que é algo esquerdista pela tendência de olhar mais para os direitos sociais e minorias, sejam elas étnicas ou de direitos. Mas vai muito além disso, é simplesmente ter uma postura ética para com os outros”, explica.

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    Abaixo, alguns motivos pelos quais PRECISAMOS MUITO do politicamente correto em nossas vidas.

    Ele deixa o mundo mais justo.

    Vivemos em um Estado que tem como princípios básicos a justiça e a igualdade, certo? Por isso, sustentar o politicamente incorreto vai totalmente contra essa lógica, já que todos DEVERIAM ser iguais e viver num ambiente sem opressão. “Estamos discutindo uma postura ética. Como escolhemos eticamente estar no mundo? O mundo não está mais chato, não, pelo contrário, está mais consciente. Consciente de que não pode brincar com a raça de alguém dizendo que determinada raça é mais burra, menos capaz… Ou, então, zoar com a orientação sexual de alguém… O politicamente correto faz a gente aceitar as pessoas em suas especificidades“, afirma Bruna.

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    Ele tira as pessoas de sua zona de conforto.

    Para algumas pessoas, principalmente as mais velhas, o mundo era de um jeito, sempre foi desse jeito e sempre será. Então, é até comprensível ela não entender que de repente tem gente questionando esse status quo. E, por isso, o politicamente correto é “chato”, ele tira as pessoas de sua zona de conforto e coloca na roda uma palavra muito importante nos dias de hoje: empatia. “É o se colocar no lugar do outro. Ser eticamente correto compensa pois você, aos poucos, muda o mundo, tira da cabeça dos outros aqueles conceitos enraizados. É o não rir de uma piada machista ou homofóbica, já que ao dar risada você incentiva esse comportamento, e dizer o motivo pelo qual você não está rindo, por exemplo. É o exercitar esse pensamento”, diz Bruna.

    O mundo não está mais chato, não, pelo contrário, está mais consciente.

    E o humor fica mais inteligente, refinado.

    É engraçado mesmo rir de piada machista? Piada que diminui a mulher? E piada racista? É legal? Óbvio que não. “O problema das brincadeiras que diminuem os outros, que subestimam pessoas simplesmente por não estarem num padrão, é que elas criam estereótipos muito difíceis de desconstruir. As crianças, por exemplo, começam a achar que tudo bem fazer chacota com o cabelo das outras e para desnaturalizar isso… Com o eticamente correto o humor fica mais refinado, você faz graça de outras coisas. Coisas que não ofendem ninguém. A Jout Jout, o Gregório Duvivier e o próprio Porta dos Fundos, mesmo com algumas escorregadas, são bons exemplos”, explica Bruna.

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    Em resumo, o politicamente é bom para todo mundo.

    Bruna manda a real: “Ele liberta as pessoas de seus estereótipos, daquilo que foi socialmente construído. A sociedade fica melhor com ele“.

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