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Bailarina negra compartilha emoção de ter sapatilhas na cor da sua pele

A brasileira Ingrid Silva saiu da comunidade de Benfica, no Rio de Janeiro, para se tornar a primeira-bailarina em uma companhia de balé em Nova York

Por Bárbara dos Anjos Lima
Atualizado em 3 nov 2019, 07h58 - Publicado em 3 nov 2019, 07h34
 (Twitter/Reprodução)
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A bailarina carioca Ingrid Silva usou seu perfil no Twitter para compartilhar um momento muito especial: por 11 anos, ela sempre teve que pintar as sapatilhas para que tivessem a cor de sua pele. Ingrid é negra e só achava as tradicionais cor-de-rosa, feitas para dançarinas brancas. Mas esses dias chegaram ao fim. “Elas chegaram”, postou Ingrid juntamente da foto das novas sapatilhas, finalmente no tom da sua pele. “Pelos últimos 11 anos, eu sempre pintei a minha sapatilha. E finalmente não vou ter mais que fazer isso! FINALMENTE! É uma sensação de dever cumprido, de revolução feita, viva a diversidade no mundo da dança. E que avanço, viu? Demorou mas chegou!”, postou a bailarina em seu perfil na rede social.

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Ingrid também compartilhou com os seguidores as imagens das antigas sapatilhas, todas pintadas para alcançar o tom da sua pele. E explicou por que esse momento é um marco: “Nunca existiram sapatilhas de todas as cores. Somente agora nesse século estão surgindo no mercado”. A iniciativa de criar sapatilhas e meias para dançarinas negras foi do Dance Theatre of Harlem, em Nova York, onde ela mora e trabalha. “O diretor Arthur Mitchel percebeu em um ensaio que a linha rosa descontinuava o corpo da bailarina. Então sugeriu que todo seu corpo de baile usasse sapatilha e meia calça cor da pele”, contou Ingrid. Até então ela mesma pintava uma a uma as suas sapatilhas. Agora, não precisa fazer mais isso. “A vitória não é somente minha e sim de muitas futuras bailarinas negras que virão por aí”

A história de Ingrid é toda muito especial. Criada em Benfica, bairro na zona norte do Rio de Janeiro, ela de começou a dançar balé ainda criança, através de um projeto social na sua comunidade. Hoje, aos 29 anos, a bailarina é destaque na companhia Dance Theatre of Harlem em Nova York.

 

 

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