Autodidata, artista do Guarujá já expôs obras em Paris e Miami
Silvana Perez aprendeu a fazer mosaicos e colagens em papel sozinha e retrata principalmente mulheres e crianças
Unir sustentabilidade e arte. É isso o que Silvana Perez faz em suas obras. Sozinha, a artista aprendeu a fazer mosaico em 2001 e hoje confecciona colagens com papel de revista e jornal, formando retratos marcantes de mulheres e crianças e levando a arte para fora do país.
“Eu sempre me interessei por arte, desde criança. A minha matéria preferida na escola sempre foi Arte”, conta Silvana durante conversa com CLAUDIA. Em sua juventude, participou de um cursinho de pintura em Catanduva, interior de São Paulo, sua cidade natal. Depois, começou a estudar piano, mas não chegou a se formar, pois decidiu se casar e se mudar para o litoral paulista. Por ironia do destino, foi justamente o casamento que a fez se conectar com o mosaico.
“Eu trabalhava com meu marido em uma loja antes de fazer colagens. Eu atendia cliente e quando não tinha ninguém para atender, eu fazia os mosaicos convencionais e expunha na loja mesmo”, revelou Silvana. Ela aprendeu a arte sozinha, vendo obras em revistas e tentando fazer igual. “Praticar incessantemente é a melhor forma de aprender. E é uma coisa que eu gosto de fazer”, conta.
Em 2015, ela saiu do mosaico convencional e se aventurou em fazer colagens com papel. Utilizando revistas que seriam descartadas, Silvana seleciona e recorta pedaços para formar as figuras de sua obra. “Eu uso bastante revista de cosméticos, que tem bastante cores e diferentes tons de pele. Eu coloco uma folha embaixo e vou separado o que eu vou usar”, explica a artista.
Hoje em dia, ela recebe doações de editoras, de revistas antigas e novas, e de clientes – Silvana mantém com seu marido um ateliê e uma galeria, ambos no Guarujá, onde moram atualmente.
A maioria de suas obras são retratos de mulheres e crianças. “Eu admiro a força das mulheres e o espaço que elas vêm ganhando na sociedade. Além dos traços femininos que são delicados e ao mesmo tempo expressivos”, explica a artista. Ela usa uma fotografia como base, desenha na tela o que quer fazer e depois cola os pedacinhos de papel em cima. Por reutilizar revistas que poderiam ser jogadas foras, a colagem é considerada uma arte sustentável.
Reconhecimento internacional
O talento de Silvana, logo no início, chamou a atenção da curadora Heloiza Azevedo, que mora em Paris. Ela entrou em contato com a artista, que enviou seu currículo. Dois anos após começar a trabalhar com colagem, em 2017, Silvana teve suas obras expostas no Carrousel du Louvre.
“Foi algo muito especial. É um sentimento difícil de explicar, porque há muitos artistas ótimos no Brasil, mas nem todo mundo tem oportunidade. Eu tive e, mesmo com condições pequenas, fiz de tudo para conseguir participar das exposições”, relata. “Eu não tinha um currículo pronto quando a Heloiza me pediu, porque é difícil trabalhar com arte no Brasil, mas mesmo assim, criei um rapidinho e enviei”, completa.
E não parou por aí. Suas obras também foram expostas no MoLA (Museu de Arte Vivante), também de Paris, em outubro do mesmo ano. Em 2018, voltou a ser exposta no Carrousel Du Louvre e, posteriormente, teve duas obras premiadas na Art & Designer Gallery, de Miami.
Neste ano tem novidade! Silvana revelou que participará da Mostra Internacional, em Porto, em Portugal, de 07 a 19 de Setembro. Serão 4 obras de crianças representando as 4 estações, Primavera, Verão, Outono e Inverno – essa última, Silvana enviou à CLAUDIA com exclusividade, confira:
No Brasil, seu trabalho já fez parte da Mostra Internacional de 2017, na Montmartre Art Galerie, em Teresina (Piauí) e neste ano da Mostra Internacional Arte Tocada e Arte que Toca, na Galeria Gilda Queiroz, em Belo Horizonte (MG).
Para o futuro, Silvana deseja ser reconhecida no país por seu trabalho com colagem. “Eu quero que a arte seja mais divulgada, apesar de agora com a mídia e com a internet isso esteja melhorando. A minha meta é divulgar a arte e servir de inspiração para outras pessoas”.
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