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Amamentação: fantasia x realidade

Pesquisa revela que o aleitamento materno representa um ideal para as mães brasileiras, mas que pode gerar expectativas inalcançáveis

Por Abril Branded Content
Atualizado em 21 jan 2020, 01h59 - Publicado em 17 nov 2016, 16h45
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  • Quem é mãe sabe: amamentação é quase um mantra da maternidade. O assunto vem à tona com força nos últimos meses de gestação e perdura durante os primeiros anos de vida da criança. Parentes, amigos e médicos tentam munir as mães de conselhos e orientações, mas é bom estar atenta às dicas que fazem sentido e definir o que é possível realizar diante da rotina de cada família.

    A fotógrafa Priscilla Buhr, mãe de Arthur, de 4 meses, conta que, por incrível que pareça, o medo foi seu maior aliado no processo de empoderamento na amamentação. “Para vencê-lo, decidi me informar, conversei com amigas e li dezenas de relatos em grupos de apoio. Mas meu filho nasceu com uma depressão respiratória e não pôde mamar logo após o parto. Sequer passamos a primeira noite juntos. E todo o meu planejamento e sonho de início de amamentação foram abalados. Fiquei extremamente frustrada por não ter dado de mamar no nosso primeiro contato”, lembra.

    A frustração é um sentimento recorrente nos relatos sobre amamentação. Muitas mães têm receio de que o leite que o corpo delas produz é fraco ou que a quantidade não será suficiente para saciar o bebê. Em recente pesquisa da Firefly Millward Brown, encomendada pela Philips Avent, mães e profissionais de saúde brasileiros foram entrevistados sobre recomendações, dúvidas e hábitos de amamentação. Os resultados confirmaram que, apesar de entenderem a importância do pré-natal, as mulheres ainda se espelham bastante nos relatos de outras mães, sejam da família ou mesmo desconhecidas.

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    Nas redes sociais, elas encontram grupos de apoio, como foi o caso de Priscilla. O contato com outras mães é importante, mas, apesar de fornecerem acolhimento, esses grupos podem conter informações controversas. É por isso que, de acordo com a pesquisa, os médicos ocupam uma posição essencial na jornada da maternidade, pois precisam estar prontos para ajudar caso a mãe, por qualquer razão que seja, não consiga amamentar o bebê no seio. A ação do pediatra, inclusive, acontece tanto na busca por outros meios de nutrir a criança quanto em acalmar as mães, que se sentem frustradas e acham que falharam com os filhos.

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    “O ideal seria que, desde o começo do pré-natal, a mulher fosse informada sobre aleitamento materno e que o obstetra analisasse a mama, para ver se está tudo bem. A partir da 32ª semana de gestação, é recomendado que se faça uma consulta com o pediatra, para tirar dúvidas, falar sobre as expectativas e o contato com o bebê ainda na maternidade. É importante que a mãe esteja informada, que se acolham suas dúvidas, e não que seja forçada ou obrigada a nada”, defende o pediatra Moises Chencinski, presidente do departamento de aleitamento materno da Sociedade de Pediatria de São Paulo.

    As dúvidas são várias e vão desde a forma correta da pega no seio até os produtos necessários para que mãe e bebê fiquem confortáveis em casa. Entre as entrevistadas da pesquisa, as mães de primeira viagem disseram se sentir divididas: de um lado, há a expectativa pela chegada do bebê; de outro, o receio pelos aspectos biológicos da gravidez e do parto. E um tema trouxe unanimidade: todas as mulheres revelaram ter ficado inseguras durante a primeira gestação, apesar de contar com o apoio de médicos, amigos e familiares.

    “No dia seguinte ao nascimento, meu filho finalmente veio para os meus braços e mais parecia que eu estava zerada sobre amamentação. Nada me vinha em mente. Meu filho mamou, doeu e eu sabia que algo estava errado, que eu precisava respirar e recuperar a calma. E assim seguimos, dia após dia, tentando nos entender de forma tranquila. Por mais que a sociedade inteira diga que temos instinto e que vamos saber fazer, a realidade é bem diferente. Amamentação precisa, sim, ser ensinada, e de maneira correta. Tive a sorte de ser bem orientada e estou completando quatro meses de amamentação em livre demanda”, completa Priscilla, que é mãe de primeira viagem.

    Licença-maternidade

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    A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que a amamentação seja exclusiva e em livre demanda até os 6 meses de idade, devendo ser complementada até os 2 anos. Mas, quando a licença-maternidade chega ao fim (na maioria das empresas brasileiras, o período dura apenas quatro meses), é chegada a hora de voltar ao trabalho e as mães podem enfrentar dificuldades em montar um plano de aleitamento materno. Nesse momento, a ajuda dos médicos é novamente fundamental, já que ainda existem muitos mitos rondando a ordenha e as bombinhas de leite.

    A pesquisa revelou que, geralmente, as mulheres usam o aparelho apenas em casos mais extremos, como alta produção de leite, períodos de ausência da mãe e retorno ao trabalho. No entanto, se o procedimento for estimulado desde sempre, pode-se evitar traumas e ainda ajudar outras mães e bebês que precisam de doações de leite materno. “Se o hábito da ordenha já existe, a mãe consegue iniciar os preparativos 15 dias antes de voltar ao trabalho. Em vez de doar ao banco de leite, ela armazena para seu bebê. O leite dura 15 dias no congelador e 12 horas na geladeira e deve ser oferecido ao bebê no copinho quando ela não estiver em casa”, reforça Chencinski.

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