Chapada Diamantina
Chapada Diamantina: destino alternativo na Bahia
Foto: Reprodução/ Revista MÁXIMA
O melhor destino brasileiro para caminhar em meio à natureza é tão grande e variado que pouca gente se atreve a dizer que o conhece de fato: é a Chapada Diamantina (BA). Só a área do parque nacional equivale a 100 mil campos do Maracanã cheios de vales, cachoeiras, morros e grutas.
Das várias cidades que servem de base para conhecê-lo, Lençóis oferece a melhor estrutura. Tem mais hotéis, restaurantes e agências que fazem passeios. Sem contar que esbanja charme com um centro histórico que preserva os casarões coloniais da época do ciclo do diamante, no século 19. É ali que os bares colocam mesas na calçada e todo mundo se encontra depois de um dia de aventuras. Mesmo assim, reserve tempo para conhecer os outros destinos: Vale do Capão, Mucugê, Igatu e Andaraí – vilazinhas pitorescas que, além de atrações imperdíveis, têm gente simpática e cheia de histórias a contar.
O que ver
Gruta Torrinha
Conhecer uma das grutas mais completas do país exige certo preparo físico. São três percursos (1h a 2h), mas somente no segundo e terceiro você observa as formações mais raras. A caminhada começa tranquila até o primeiro salão, limite do percurso mais simples, com formações mais comuns. A partir dele, prepare-se para trechos em que é preciso se espremer por túneis ou andar agachado para não bater a cabeça. É assim que se chega à segunda sala, onde estão as flores de aragonita, as bolhas de calcita e as helictites (que desafiam a lei da gravidade).
A passagem para a terceira, trecho mais cansativo em que é preciso engatinhar, revela o que a Torrinha tem de melhor: a incrível quantidade de finíssimas “agulhas de cristais” depositados no solo, e uma sequência de 60 metros de estalactites. As visitas (R$ 20 a 40) são sempre guiadas e é obrigatório o uso de capacete. Acesso, a partir de Lençóis, pela estrada para Iraquara, 66 km.
Cachoeira dos Mosquitos (60 m) e Serra das Paridas
Programa para um dia inteiro, reúne banho de cachoeira, almoço com comida típica servida no fogão à lenha (opcional) e uma viagem à pré-história. Chegar não é fácil: a via que leva ao início da trilha é precária (1h30 de carro). Aí começa a caminhada (1h), com uma descida bem íngreme até o leito de um rio pedregoso. A recompensa é a incrível vista de um enorme paredão, com mata nativa, que compõe o cenário da cachoeira dos Mosquitos. Uns procuram um poço entre as pedras, outros relaxam com uma massagem natural debaixo da queda.
Na volta, comida caseira para repor as energias, e uma verdadeira aula sobre a cultura dos antigos habitantes da Chapada na Serra da Paridas, onde há três sítios com pinturas rupestres abertos para visitação. Se você for com carro próprio, os guias da ACVL cobram R$ 110 pelo passeio (com almoço). A agência Volta ao Parque (3334-1410) leva por R$ 125 (com traslado e almoço). Acesso, a partir de Lençóis, pela Estrada do Café para Bonito, 57 km.
Morro do Pai Inácio
Programa obrigatório da Chapada. Lá do alto você vê as principais formações do parque, como o Morro do Camelo e outros cartões postais – melhor ir no fim da tarde e aproveitar o mágico por do sol. Não esqueça de levar a máquina fotográfica: a paisagem é inesquecível (e compensa o esforço da subida de 20 minutos, 300 metros íngremes a partir do estacionamento). Acesso, a partir de Lençóis, pela BR-242 para Seabra, 28 km.
Onde ficar
Alcino Estalagem (em Lençóis)
O carioca Alcino Caetano conheceu Lençóis numa viagem de férias. Encantado pelo lugar, largou a vida de bancário no Rio e mudou-se para a Chapada. Ali, restaurou um casarão de 1890 e montou sua pousada. A decoração ganhou o carimbo do dono, que faz peças de cerâmica e pinta louças, vitrôs e azulejos. É dele, também, o variado cardápio matinal, que pode incluir iogurte natural batido na hora com goiabada, batata-doce com creme de gorgonzola e deliciosos bolos caseiros.
Telefone: (75) 3334-1171
Site: www.alcinoestalagem.com
Vila Serrano Pousada (em Lençóis)
Os quartos são simples e têm poucos equipamentos, mas são ideais para quem quer se hospedar em um lugar calmo, afastado do burburinho do centrinho. Os ambientes ficam próximos uns aos outros e fazem lembrar uma pequena vila do interior. Para descansar após os passeios, entregue-se à sala com TV de LCD e biblioteca ou ao espaço com ofurô.
Telefone: (75) 3334-1486
Site: www.vilaserrano.com.br
Vila Esperança (no Vale do Capão)
Um jovem casal de proprietários administra esta pousada bastante arborizada e com trilha que leva a um pequeno riacho. O restaurante serve somente yakissoba e conta com um ótimo deque onde curtir a natureza. Os quartos são simples e têm camas no estilo tatame.
Telefone: (75) 3344-1384
Site: www.vilaesperanca.com.br
Onde comer
Cozinha Aberta Slow Food (Av. Rui Barbosa, 42, Centro, Lençóis, 75/3334-1321, cozinhaaberta.com.br; Cc: M, Cd: M, R.12h30/23h. Variada)
A proprietária e chef Deborah Doitschinoff é uma entusiasta dos ingredientes da Chapada, como a batata-da-serra e os coquinhos de licuri. No cardápio, os últimos entram misturados a carne de sol desfiada, acompanhados de banana-da-terra e farofa de castanha-do-pará.
O Bode (Pça. Horácio de Matos, Centro, Lençóis, 75/3334-1600; Cc: M, Cd: M. 11h45/17h, 19h/22h30. Variada/bufê)
O bufê montado no fogão à lenha sempre traz receitas típicas da época do garimpo, caso do cortado de palma. A especialidade, entretanto, são os pratos feitos com carne de bode, como o ensopado e a rabada.
Oxente Menina Pizza na Pedra (Av. Sr. dos Passos, 20, Centro, Lençóis, 75/3334-1475, oxentemenina.com.br; Cc: D, M, Cd: M, R. 2ª e 4ª/dom 19h/23h. Fecha mai. Pizza)
As pizzas são preparadas em forno elétrico com base de pedra. Coberturas como a de calabresa, tomate seco, queijo prato e pimenta-de-cheiro chegam à mesa com massa fina e crocante.