1. EVITE BRIGAS E DISCUSSÕES NA FRENTE DOS PEQUENOS
Não há dúvidas de que o divórcio causa uma ruptura dolorosa na família, mas ele não precisa ser destrutivo. De acordo com a psicóloga americana Lisa René Reynolds, autora do livro Ainda Somos uma Família (Ed. Sextante), pais que conseguem dialogar com respeito (sem brigar) são capazes de reduzir os desconfortos e chateações dos filhos.
2. NÃO FALE MAL DO EX-COMPANHEIRO
Para que a vida dos pequenos não fique ainda mais difícil, os pais precisam agir com muita responsabilidade. De acordo com a psicóloga Juliana Reis, mesmo que esteja com raiva ou decepcionada, a mãe jamais deve falar mal do ex-marido para os filhos. Deve-se tomar cuidado para não minimizar a imagem do ex, desejando comprar mais, oferecer mais, ser mais para ser o melhor. “Isso pode vir a ser configurado como uma alienação parental, o que no Brasil é crime, principalmente pelos estragos emocionais que essa conduta pode vir a proporcionar ao emocional dos filhos e na parte fragilizada envolvida”.
3. ESCUTE A CRIANÇA
Tenha uma conversa objetiva, sincera e amorosa com seu filho. O silêncio dos pais pode deixar a criança perdida, insegura e confusa. Ao falar, seja carinhosa e diga que você também quer ouvi-lo. Provavelmente ele fará algumas perguntas sobre sua decisão. “Se não souber responder, é preciso dizer que não sabe e pedir ajuda para pensar junto. O mais importante é o acolhimento e proporcionar segurança para os filhos. Oferecer a certeza de que não perderá nenhuma das pessoas mais importantes de sua vida, pois são únicas e insubstituíveis”, orienta a psicóloga Juliana Reis. Nunca diga que vocês estão se separando porque o amor acabou. Diga que vocês se respeitam, mas já não desejam mais viver juntos.
4. MANTENHA O CONVÍVIO DA CRIANÇA COM PARENTES DE AMBOS OS LADOS FAMILIARES
Juliana explica que diante de uma separação, onde sempre haverá dois adultos magoados responsáveis pela vida emocional dos seus filhos, é importante que as crianças não virem uma “arma” no meio das partes. Privar o filho de encontrar os familiares do ex-marido, por exemplo, só vai fazer com que ele se sinta ainda mais triste com a situação. O distanciamento de primos, tios ou avós, que antes eram próximos, vai privar a criança de um carinho indispensável, em caso de separação.
5. ACOSTUME-SE COM A IDEIA DE TER SEU EX SEMPRE POR PERTO
Mesmo que a separação não tenha sido amigável, vocês terão de conviver. Por isso, se não concorda com alguma atitude dele relacionada à educação das crianças, não o desautorize na frente delas. Chegue a um acordo “nos bastidores”. Permita e incentive que o pai participe da vida do seu filho.
6. AVISE OS PROFESSORES E EDUCADORES E PEÇA PARA QUE ELES FIQUEM DE OLHO NO COMPORTAMENTO DA CRIANÇA
Caso a criança demonstre muita dificuldade em lidar com o processo de separação, vale avisar os professores e procurar a ajuda de um profissional. “A ajuda de professores e psicólogos é importante. Eles mostrarão para essa criança o quanto, infelizmente, hoje em dia, outros colegas e amigos viveram ou vivem o mesmo que está acontecendo com ela. Carinho, amor, acolhimento, empatia (capacidade de se colocar no lugar da criança) e sinceridade são a chave de ouro para o enfrentamento”, explica a profissional.
7. NÃO TENTE COMPETIR PELOS AFETOS E ATENÇÃO DA CRIANÇA
É importante que com a separação haja a parceria entre os pais, que se esforçarão para serem maduros e responsáveis com a qualidade da relação que terão com seus filhos. “Os pais não devem se comportar de uma forma que com o tempo não conseguirão sustentar. Não devem desejar ser o super-herói, e sim ser como se é de fato. Deve-se ser sempre honesto, verdadeiro e acolhedor com os filhos. Dinheiro nenhum do mundo compra caráter, valores e a imagem que se passa para as crianças como referência”, argumenta Juliana Reis.
8. TENHA TUDO DETERMINADO NA JUSTIÇA
Organize a vida de todos: procure um juizado e determine as datas de visitas. Aproveite também para combinar um valor de pensão perante o juiz. Há muitos casos em que o casal se separa, mas não oficializa a guarda das crianças num documento. A escolha é perigosa: enquanto não é regulamentada na Justiça, pai e mãe têm exatamente os mesmos direitos e obrigações.
9. NÃO MIME A CRIANÇA OU CEDA A PEQUENAS MANIPULAÇÕES
Não caia em provocações ou chantagens dos filhos. Quando ele disser, por exemplo, “meu pai deixa fazer isso na casa dele”, explique com carinho o porque você não concorda com determinado comportamento. Mantenha diálogo com o ex e entre num acordo com ele sobre as regras da educação de seus filhos. “O papel dos cuidadores, tão importante como parceiros de jornada, é ajudar a criança a viver esse momento de maneira construtiva. É importante deixar claro que não estão deixando de serem pais, e sim, namorados. Explique aos filhos que apesar de morarem em casas diferentes, você e o ex são parceiros na responsabilidade de cuidar, educar e proteger ele. As crianças terão, sim, duas casas, dois quartos, outros brinquedos … Embora as regras, limites e broncas devam ser as mesmas em ambas as residências”, conclui Juliana Reis.