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5 lições da maternidade (para quem tem ou não filhos!) por Tania Khalill

Talento e dedicação não faltam na carreira da atriz Tania Khalill. Mas é longe dos holofotes que ela desempenha o seu melhor papel: ser mãe. Neste bate-papo, Tania divide os aprendizados que essa vivência lhe traz

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 15 jan 2020, 22h20 - Publicado em 17 jun 2013, 21h00
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  • “Ouça a sua voz interior, coloque aquela música de que você gosta, cuide do seu corpo e da sua mente. Para que os filhos e o parceiro fiquem bem, você também precisa estar em equilíbrio.”, Tania Khalill
    Foto: Reprodução revista MÁXIMA

    Ela é uma mulher que, como tantas outras, banca a equilibrista para dar conta das inúmeras funções que desempenha todos os dias. Além de cuidar da casa, em São Paulo, das duas filhas – Isabella, 5 anos e Laura, 2 -, e de cultivar o casamento de oito anos com o cantor e compositor Jair de Oliveira, Tania Khalill viaja constantemente por causa da carreira e passa horas em gravações. Lidar com tantas atribuições, ela garante, não é fácil. Mas dois fatores a ajudam a ter prazer na maratona diária: saber que sempre dá o melhor de si mesma e que é graças à combinação de família e trabalho que ela se sente realizada. No entanto, questionada sobre o seu maior feito, a atriz de35 anos nem pisca e responde: “Ser mãe. É algo que eu sempre desejei”, conta. Nesta entrevista, Tania fala da maternidade, dos pilares que sustentam a sua união com o marido e o que aprendeu com essas relações. As lições que divide valem para a vida de qualquer pessoa – seja ou não mãe. Tire proveito!

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    Você sempre diz que o grande sonho da sua vida era ser mãe. O que estimulava essa vontade?

    Acho que é uma coisa instintiva. E o fato de eu ser canceriana (do dia 8 dejulho) também ajuda, pois sou muito família. Mas, quando penso nisso, sempre vem à tona a imagem da minha mãe dizendo que a maternidade é a melhor coisa do mundo, que o parto é algo mágico… Cresci ouvindo isso! Então, eu tive as melhores referências do que é ser mãe. E pude comprovar que, comode costume, minha mãe estava certa.

    Então a experiência está sendo como você esperava?

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    Fui surpreendida positivamente em vários sentidos. Digo que estar com a Isa ea Lau é o melhor exercício que um ator pode ter. Elas me levam a observar cada detalhe e cada ação atentamente, com curiosidade, expectativa e os olhos brilhando. Outra coisa que eu não imaginava é como a vida passa rápido. Aproveito cada fase, porque elas estão em constante evolução. Isso é maravilhoso, ainda que assuste um pouco e deixe saudade quando passa.

    Como é a relação com a sua mãe hoje?

    Melhor, impossível! Jamais poderia desejar uma família diferente. Sempre tive liberdade para fazer as minhas escolhas, mas é muito bom, ainda hoje, ligar para ela quando bate o medo ou a dúvida e pedir um conselho. Minha mãe é dessas pessoas que sempre sabem o que dizer: “Se preciso, dê um passo para trás”, “Nada é tão sério”, “Viva o presente”… São lições preciosas que tento repassar às minhas pequenas.

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    Ela dizia para você que o parto era algo mágico. Como foram os seus?

    Ambos foram normais. O primeiro, da Isa, foi muito rápido. Comecei a sentir as contrações e corri para o hospital. Estava muito trânsito e meus pais não chegavam. Eu não podia imaginar entrar para o parto sem olhar nos olhos da minha mãe. Estava seguindo para a sala meio frustrada e a enfermeira avisou que o elevador estava abrindo. Minha mãe apareceu, entrou comigo e foi tranquilo. Na gestação da Laura tive que ficar quase dois meses de repouso absoluto. Todos os dias, a Isa ia até minha cama, às 5 da manhã, para ver se eu ainda estava em casa ou já tinha ido ter a irmãzinha dela. Certa vez, quando levantei para colocá-la de volta na cama, a bolsa estourou. Parece que ela sabia que a irmã ia dar sinais naquele horário! No hospital, foram três horas de espera para a Laura chegar. Entrei em contato com a dor, mas foi incrível: eu me sentia poderosa! Ficamos numa sala com luz baixa e o Jair cantou baixinho durante todo o parto… Me arrepio ao lembrar!

    Elas são muito diferentes? O que cada uma ensina a você?

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    Sim, são universos totalmente distintos. A Isa é canceriana, como eu: é sensível e intuitiva. Ela sabia que o nome da irmã seria Laura antes de contarmos a ela, acredita? Aprecio a preocupação que ela tem de perceber e confortar o outro. Já a Laura é pisciana, como o pai. É muito forte, guerreira e independente. Voltei a trabalhar quando ela tinha apenas 4 meses. Ficava insegura em deixá-la, mas era incrível: com um olhar ela me passava coragem e me empurrava para a vida, como quem diz “Mamãe, estou bem. Vá tranquila”. É assim até hoje.

    O sentimento de culpa é inevitável na maternidade? Como lida com isso?

    Acho que sim. A gente se torna quase uma extensão do corpo daquele ser. Porém, as outras responsabilidades nos aguardam. No meu caso, é o trabalho. Sinto culpa ao deixá-las, mas disfarço bem. Mostro sempre que há vários campos na vida da gente e que todos precisam ser cuidados. Amo o que faço e quero que elas cresçam e encontrem algo que amem também. Assim, com diversas áreas de atuação, aumentam as possibilidades de realização pessoal.

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    Como você reconheceu no Jairzinho o homem ideal para acompanhá-la nesse projeto de vida de ser mãe?

    Antes dele tive outras relações sérias, que foram essenciais para avaliar o que eu queria ou não para a minha vida. O Jair é uma figura que admiro profundamente, além de amar. Um exemplo de equilíbrio, amor ao próximo e valores impecáveis. A gente reconhece quando é pra valer. As coisas fluem… Conosco foi assim: começamos a sair, quando vimos já estávamos namorando, depois quase sem perceber já estávamos dividindo o mesmo teto e veio o desejo de casar. Não tivemos que pensar muito em nada, acontecia naturalmente. Dou graças a Deus por esse encontro e por ele ser o pai das minhas filhas.

    5 lições da maternidade (para quem tem ou não filhos!)

    1. Exercite o potencial de ouvir o outro, sem achar que é o dono da verdade.

    Assim, você descobre novos pontos de vista e aprende a ser mais flexível e tolerante.

    2. Não tenha vergonha de repensar uma decisão e voltar atrás.

    Às vezes, só na metade do caminho a gente descobre que poderia ter feito deuma maneira melhor. Não há nenhum mal nisso.

    3. Deixe as coisas rolarem, sem querer planejar tudo.

    A gente aprende depois que tem filhos que o cotidiano pode ser muito imprevisível. E isso é gostoso e enriquecedor também!

    4. Leve a vida com bom humor.

    Essa capacidade facilita o dia a dia e ajuda a não chegarmos ao nosso limite diante das adversidades.

    5. Todos os dias, reserve alguns momentos para você.

    Ouça a sua voz interior, coloque aquela música de que você gosta, cuide do seu corpo e da sua mente. Para que os filhos e o parceiro fiquem bem, você também precisa estar em equilíbrio.

    Pingue-pongue em família

    Pedimos para as filhas da Tania entrevistarem a mãe. Veja só o que elas quiseram saber

    Isa: Mamãe, quem você ama mais: a Laura ou eu?

    Tania: Eu amo você há mais tempo, Isa. Foi você quem me ensinou o que é o amor absoluto e é por isso que eu posso amar tanto a sua irmã também.

    Isa: E por que você trabalha tão longe?

    Tania: Minha filha, a mamãe sente a sua falta e também da Lau e do papai quando tem que dormir fora. Mas sou muito feliz no trabalho e não tenho como trazê-lo para perto.

    Laura: Quem desliga o dia e faz ficar escuro?

    Tania: É o Papai do Céu, filha.

    Lau: Quem? O Papai Noel?

    (Tania e Isa caem na gargalhada)

    Isa: Por que os seus ossos são tão duros, mamãe?

    Tania: (risadas) Acho que você quis dizer que quando te abraço você sente os meus ossinhos… É isso?

    Isa: Aham!

    Tania: É que a mamãe está magrinha.

    Isa: Quero ser atriz. Posso?

    Tania: Tá bom, mas antes você tem que estudar muito, muito, muito!

    Isa: Mas as atrizes de Carrossel (novela infantil do SBT) têm só 7 anos. Como elas já estudaram tanto?

    Tania: Agora você me pegou!

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