Você sabia que o mais valioso quadro brasileiro foi pintado por uma mulher? E que o primeiro livro feminista do país foi escrito lá em 1832? Sabia que já existiu um Partido Republicano Feminino e que ele foi fundado em 1910, antes mesmo de as mulheres terem direito ao voto? Sabia que uma brasileira já foi a mulher mais bem paga dos EUA e que teve mulheres indo para os fronts de batalha durante o colonialismo?
Então se liga na história de 20 mulheres incríveis que mudaram o Brasil e que vão te dar uma dose extra de inspiração para a vida!
Dandara
Reprodução Wikipédia
Que Zumbi foi o líder do Quilombo dos Palmares todo mundo sabe, mas quantas vezes você ouviu falar de Dandara? Ela foi esposa de Zumbi e lutou ao lado dele pela libertação dos negros no período colonial. Sua história é rodeada de mistérios, mas sabe-se que ela não fugia de uma briga, lutava capoeira, sabia manejar armas e caçava muito bem. Suicidou-se em 1694, junto com vários outros quilombolas, durante a tomada de Palmares.
Tarsila do Amaral
Instagram/tarsiladoamaraloficial
Ela é autora da pintura brasileira mais valorizada da história, o Abaporu (que ultrapassa os US$ 2,5 milhões). Tarsila é um dos nomes centrais da primeira fase do modernismo artístico no Brasil e foi uma das responsáveis pela organização da revolucionária Semana da Arte Moderna de 1922, realizada em São Paulo.
Marta
Philipp Schmidli/Getty Images
Eleita a melhor jogadora do mundo por cinco anos consecutivos (entre 2006 e 2010), a alagoana conseguiu um feito inédito no futebol brasileiro. Entre os homens, nem Pelé e Ronaldo alcançaram essa marca! Ela é também a maior artilheira da Seleção Brasileira (contando a masculina e a feminina)e a maior artilheira da Copa do Mundo de Futebol Feminino.
Maria Quitéria
osheroisdobrasil.com.br
Considerada a Joana D’Arc brasileira, Maria Quitéria de Jesus lutou pela independência do Brasil, no início do Século XIX. Para poder entrar em combate, ela disfarçou-se de homem e apresentava-se como soldado Medeiros aos outros oficiais. Acabou sendo desmascarada pelo próprio pai, mas foi defendida por seu comandante e continuou lutando ao lado dos homens.
Shirley Mallmann
Fernanda Calfat / Getty Images
Que Gisele é a maior das modelos brasileiras todo mundo sabe, mas você consegue dizer quem abriu caminho para ela e todas as outras tops made in Brasil? Shirley Mallmann! Ela foi descoberta trabalhando em uma fábrica de sapatos nos anos 1990 e tornou-se a primeira brasileira a ser considerada top model internacional. Jean Paul Gaultier era tão fã de Shirley que inspirou-se em sua silhueta para criar o frasco do icônico perfume Classique.
Fernanda Montenegro
Theo Wargo/Getty Images
A maior dama do cinema nacional é até hoje a única mulher brasileira a receber uma indicação ao Oscar e a também a única (entre homens e mulheres) a ser nomeada em uma categoria de atuação. Fernanda foi indicada pelo longa “Central do Brasil”, em 1999, que também concorreu a Melhor Filme Estrangeiro naquele ano. Ela também recebeu o Emmy Internacional (considerado o Oscar da televisão) como melhor atriz estrangeira, por seu papel na série “Doce de Mãe”.
Hebe Camargo
Ethan Miller/Getty Images
Eterna rainha da televisão nacional, Hebe esteve ao lado de Assis Chateaubriand no nascimento da Rede Tupi, a primeira emissora brasileira de TV. Na época, ela comandava o primeiro programa feminino lançado aqui no Brasil, intitulado “O Mundo é das Mulheres”. Trabalhou até o fim da vida e faleceu em 2012, aos 83 anos, por causa de um câncer.
Leila Diniz
Instagram/everyldacoach
Em plena ditadura militar, Leila era defensora do amor livre e da emancipação feminina. Foi pioneira em usar biquíni na praia durante a gravidez e abriu caminho para que esse tabu fosse desmistificado. Aos 20 e poucos anos, era uma das maiores musas da televisão brasileira e também a que mais falava sobre sexo abertamente. Morreu aos 27, em um acidente aéreo. Ela voltava de uma viagem à Austrália e sua filha tinha apenas 7 meses na época.
Roberta Close
Instagram/robertacloseoficial
Foi a primeira celebridade transexual do Brasil e deu visibilidade para a causa trans numa época em que ninguém falava sobre isso no país. Operou-se na Inglaterra, em 1989, e lutou pelo direito de mudar de nome legalmente. Mesmo sendo uma modelo internacional, o processo correu na justiça por muitos anos e ela só conseguiu ser reconhecida como mulher em 2005.
Lota de Macedo Soares
Facebook/Lota De Macedo Soares
Sem nunca ter cursado faculdade, Lota foi uma das mais importantes arquitetas do Rio de Janeiro nos anos 1960. Mesmo sendo uma mulher visada, não escondia de ninguém que era lésbica e foi uma das responsáveis pelo ambicioso projeto do Parque do Flamengo, o maior aterro urbano do mundo. O grande amor de sua vida foi a icônica poetisa americana Elizabeth Bishop, com quem viveu de 1951 a 1965.
Maria da Penha
Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Depois de escapar de duas tentativas de assassinato por parte do marido e lutar durante 20 anos para ver o agressor e o Estado punidos, alertou o governo para a urgência de uma legislação que protegesse mulheres vítimas de violência doméstica. Sua batalha não foi em vão e a lei que leva seu nome vigora desde 2006. Hoje, ela coordena uma ONG que auxilia vítimas e trabalha no combate ao problema.
Zuzu Angel
Pinterest/Nicole Monteiro
Foi uma das primeiras estilistas a mesclar brasilidade e alta costura, mas tornou-se um ícone por rebelar-se contra a ditadura militar. Seu filho foi morto e torturado, sem o corpo entregue à família e Zuzu lutou pelo direito de enterrá-lo. Levou o protesto às passarelas e chamou a atenção da imprensa internacional e até do governo norte-americano. Nunca encontrou o corpo do filho e morreu num misterioso acidente de carro, em 1976.
Chiquinha Gonzaga
Instagram/semsaudadesdamelia
Foi a primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil e também é autora da primeira marchinha de carnaval da história: “Ó Abre Alas”, composta em 1899. Trocou o marido pela arte, criou dois filhos sozinha, compôs mais de 2 mil músicas e ainda lutou contra a monarquia e em favor da abolição da escravatura. O Dia Nacional da Música Popular Brasileira é comemorado em 17 de outubro, data em que ela nasceu.
Elza Soares
Divulgação
Por causa da infância pobre, Elza foi forçada a casar aos 12 anos e já era mãe aos 13. Na mesma época, surpreendeu todo mundo ao cantar num programa de calouros, mas só conseguiu seguir carreira depois de ficar viúva, aos 21 anos. Mesmo com a fama, sofreu muito por ser acusada de acabar com o casamento do jogador Garrincha e chegou receber ameaças de morte na época. Deu a volta por cima e é hoje uma lenda viva da MPB.
Anita Garibaldi
Youtube/Valestap
Intitulada como “a heroína dos dois mundos”, Anita foi uma revolucionária que fez história no Século XIX. Nasceu em Santa Catarina e lá casou-se com o guerrilheiro italiano Giuseppe Garibaldi, com quem lutou na Revolução Farroupilha (aqui no Brasil) e contra a invasão do exército austro-húngaro (na Itália). Teve cinco filhos, mas nunca deixou de lado os fronts de batalha, mesmo enquanto estava grávida.
Leolinda Daltro
Reprodução do livro “Catechese dos índios no Brasil – Notícias e documentos para a História”
Considerada uma das precursoras do feminismo no Brasil, Leolinda foi uma professora que lutou pela causa indígena e pela autonomia das mulheres no Século XIX. Ela é um dos nomes mais importantes do movimento sufragista no país e foi a principal fundadora do Partido Republicano Feminino, em 1910. Além disso, chegou a separar-se do marido para viajar pelo interior do país em prol da alfabetização laica dos índios.
Maria Lenk
Reprodução/Speedo
Tida como uma das grandes heroínas do esporte nacional, ela foi a primeira mulher sul-americana a competir nos Jogos Olímpicos, em Los Angeles, no ano de 1932. Também foi a primeira brasileira a estabelecer um recorde mundial na natação e a única a figurar no International Swimming Hall of Fame, na Flórida.
Nísia Floresta
Reprodução do livro “Nísia Floresta – Uma mulher à frente do seu tempo”
Outra precursora do feminismo no Brasil, ela é autora do mítico livro “Direitos das mulheres e injustiça dos homens”, escrito em 1832. Esta é considerada a primeira obra feminista do Brasil! Ela também escreveu importantes livros em defesa dos índios e da abolição da escravatura. Nísia nasceu no Rio Grande do Norte, mas viajou o país defendendo a alfabetização das mulheres e chegou a fundar colégios para meninas no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul.
Zilda Arns Neumann
prefeitura.sp.gov.br
Reconhecida como uma das maiores humanitárias do Brasil, foi uma pediatra importantíssima para a redução da mortalidade infantil no país. Seu legado iniciou-se em 1983, quando ela fundou a Pastoral da Criança, uma gigantesca instituição ligada à Igreja Católica que hoje funciona em 20 países e atende mais de 1,5 milhão de crianças e adolescentes. Zilda faleceu no Haiti, em 2010, vítima do terremoto que dizimou o país naquele ano.
Carmen Miranda
Pinterest/Jurema Rodrigues
Carmen Miranda nasceu em Portugal por acaso, mas chegou ao Brasil com apenas um ano de idade e veio a se transformar num dos maiores símbolos do país. Foi responsável por colocar o país no mapa do showbiz internacional e chegou a ser a mulher mais bem paga dos EUA, em meados dos anos 1940. Também foi responsável por alavancar o tropicalismo, o mais importante movimento cultural da história do Brasil.