Curtir o Carnaval com as crianças em bloquinhos de rua ou bailinhos de clubes é a diversão perfeita para as famílias que gostam do alalaô desta época do ano. Para os pequenos, é uma chance de conhecer a cultura brasileira, de entender o brincar coletivo e reforçar o aprendizado de respeitar as diferenças. E cabe aos adultos propiciar que tudo seja feito com muita segurança e preservando a saúde deles.
Conversamos com um time de especialistas para saber quais são os cuidados mais importantes nestes dias de folia. Mas atenção: só leve seu filho ou sua filha para pular Carnaval se a/o pediatra liberar, ok?
SEGURANÇA DAS CRIANÇAS NO CARNAVAL
Vá apenas a bloquinhos e bailinhos infantis
Do espaço físico à seleção e ao volume das músicas, tudo neles é preparado pensando no público miúdo. A zoeira dos bloquinhos para adolescentes e adultos não é nem um pouco adequada para as crianças, e os bailes adultos, realizados à noite, obviamente não são lugar para elas.
Coloque identificação na criança
Isso é especialmente importante para as crianças menorzinhas que, embora saibam falar, não consigam explicar nomes e telefones dos pais, por exemplo. Você pode optar por uma pulseirinha ou por uma etiqueta pregada à roupa com os seguintes dados: nome da criança, nome dos adultos que a estiverem acompanhando e pelo menos um telefone celular para contato. No caso de ela se perder, fica mais fácil outros adultos localizarem os responsáveis.
Tenha no celular uma foto da criança feita no dia
E com a roupa que ela estiver usando – ou seja, o ideal é fazer essa foto assim que chegar ao bloquinho ou ao clube. Caso a criança se perca, você poderá mostrar a foto para as pessoas e facilitar a busca por ela.
Fique SEMPRE perto da criança
Esteja ao lado dela enquanto ela pula e brinca. Quer comprar uma água na lanchonete do clube? Leve-a junto ou a deixe sob a responsabilidade de alguém em quem você confie muito. Se o ambiente estiver muito cheio, fique sempre de mãos dadas com ela – dançar juntinhos é super legal também!
Vá embora se o lugar ficar cheio demais
Ao notar início de aglomeração ou de empurra-empurra, mesmo que não agressivo, pegue sua criança pela mão e vá embora, por mais divertido que esteja. Este não é um ambiente seguro para os pequenos.
Combine um ponto de encontro de emergência
Esta vale para as crianças maiores, a partir dos 5 anos de idade. Ao chegar ao local, escolha um lugar bem fácil de encontrar – perto de uma coluna colorida ou ao lado do palco, por exemplo – e combine com ela que aquele será o ponto de encontro de vocês caso ela se perca. Vale ressaltar que isso não exclui a necessidade da identificação de que falamos ali em cima.
SAÚDE DAS CRIANÇAS NO CARNAVAL
Passe protetor solar na criança
Ele deve ser aplicado antes de sair de casa e reaplicado a cada duas horas. Não se esqueça de passá-lo nos cantinhos “esquecidos”, como orelhas, pescoço, nuca e pés.
Opte por fantasias leves e confortáveis
E de tecidos naturais, como o algodão. A pele “respira” e a criança curte muito mais, sem o risco de ficar cheia de brotoejas.
Fiquem longe da caixa de som
Por mais que o volume seja pensado para as crianças, ficar perto das caixas de som não é bom para ninguém. Mantenha uma distância de pelo menos 15 metros delas. Caso não seja possível, coloque protetores auriculares nos ouvidos dos pequenos.
Ofereça água para a criança o tempo todo
Ela dificilmente vai pedir para se hidratar – os pequenos esquecem mesmo, pois estão muito maravilhados pulando, dançando, se divertindo –, então cabe a você ter uma garrafinha d’água para garantir que ela não sofra de desidratação. Ofereça a cada 15 minutos, pelo menos, insista sem medo de ser feliz.
Leve frutas e lanchinhos para as crianças
Frutas fáceis de transportar (banana, maçã e pera, por exemplo) e lanchinhos práticos (barrinha de cereal, pedaço de bolo ou sanduíche embalado individualmente) são as melhores opções para alimentar as crianças durante o bloquinho ou o bailinho. Elas não devem ficar mais que duas horas sem comer.
Só faça pintura facial com produtos adequados para crianças
Nada de usar seus lápis, blushes e batons de adultos para pintar o rosto de seu filho ou sua filha. Opte por tintas e maquiagens antialérgicas e à base d’água e evite pintar muito perto dos olhos, pois as mucosas dessa região são muito sensíveis.
Crianças com alergia de pele, bronquite, asma ou rinite não devem ser maquiadas, independentemente do produto.
Aplique repelente nas crianças
Nesta época de calor e chuvas, o Aedes aegypti está com tudo pelas ruas. Como ninguém quer pegar uma das doenças que podem ser transmitidas por ele, é essencial sair de casa com o repelente aplicado.
Nunca deixe as crianças descalças
Tanto nos bloquinhos de rua quanto nos bailinhos de clubes em ambientes fechados existe o risco de haver cacos de vidro e outros objetos cortantes no chão. As crianças devem sempre estar calçadas com tênis ou sandálias.
A criança ficou cansada? Hora de ir embora!
É preciso respeitar o ritmo e a disposição dos pequenos. Ao notar que seu filho ou sua filha está com sinais de cansaço e sono, vocês devem ir embora. Mesmo que esteja na metade do bloquinho ou do bailinho. O bem-estar é mais importante do que curtir até o último segundo.
Fontes consultadas: Adda Guerreiro de Castro (pediatra do Centro Pediátrico da Lagoa-RJ), Aliesh Costa (psicóloga e sócia da Carpediem Escola de Formação de Agentes de Segurança), Andrea Chaimowicz (pediatra da Unimed-BH), Denize Ornelas (médica da SBMFC – Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade), Fernanda Nichelle (dermatologista da Clínica MAC, em Porto Alegre), Gabriela Malzyner (psicóloga e psicanalista), Lílian Kuhn (fonoaudióloga do Espaço ComPasso-SP), Livia Godói Marcal (clínica geral do CEJAM – Centro de Estudos e Pesquisas Dr. João Amorim), Márcia Yamamura (pediatra especializada em infectologia pediátrica e professora da Escola Paulista de Medicina), Mayara Bravo (dermatologista da Clínica Karla Assed-Curitiba), Mônica Pessanha (psicanalista e psicopedagoga consultora em orientação familiar), Natasha Slhessarenko Fraire Barreto (diretora médica do Alta Excelência Diagnóstica), Paulo Mendes Jr (otorrinolaringologista do Hospital IPO-Curitiba), Sebastião Oliveira (sócio-diretor da Carpediem Escola de Formação de Agentes de Segurança) e Sérgio Ehlich (diretor de operações da Gocil Segurança & Serviços).