COP30: 5 alertas que exigem atenção agora — e afetam o Brasil
Em Belém, líderes mundiais discutem ações contra as mudanças climáticas, com destaque para segurança alimentar, agroecologia e financiamento climático
A COP 30 discute financiamento climático, segurança alimentar, desigualdade na forma como o aquecimento global afeta os países mais pobres e outros temas ambientais urgentes. É o maior evento da ONU para debater e negociar ações contra o problema, e acontece em Belém, no Pará, até 21 de novembro.
Embora exista desde 1992, a conferência traz uma diferença importante. “Viemos de uma série de COPs realizadas em países onde a participação social era muito limitada e, nesta COP, por exemplo, tivemos a participação dos povos originários, historicamente excluídos destes espaços”, explica Mónica Guerra, cofundadora do projeto Comida do Amanhã.
Mas quais foram os pontos cruciais discutidos até aqui? Veja a seguir!
1. Segurança alimentar
A discussão sobre alimentação é recente nos debates das conferências das mudanças climáticas, mas, na COP 30, “estamos vendo o tema surgir com uma força que não vimos antes”, segundo Mónica.
A produção de alimentos, dependendo de como é feita — com agrotóxicos ou muito desmatamento, por exemplo — pode impactar o meio ambiente, e, consequentemente, os impactos ambientais podem afetar a oferta de alimentos.
Na COP, foi lançada a Declaração de Belém. “Na declaração se afirma como as mudanças climáticas afetam a segurança alimentar e vice-versa, e como o tripé social, ambiental e alimentar é parte de uma mesma história que precisa ser avançada junto, além de reconhecer que os agricultores familiares, os povos e comunidades tradicionais são atores-chave no combate às mudanças climáticas”, diz Mónica.
2. Financiamento climático
O debate sobre financiamento climático é tão central na COP 30 que ela recebeu o apelido de “COP do financiamento”. Basicamente, trata-se do uso de recursos financeiros de fontes nacionais e internacionais para ajudar países, especialmente em desenvolvimento, como o Brasil, a mitigar as mudanças climáticas e seus impactos, como as queimadas que vitimizam povos originários na floresta Amazônica.
Tudo porque boa parte das emissões historicamente vêm de países ricos, enquanto os mais pobres sofrem em escala maior com as consequências. Só para ter uma ideia da desigualdade nas emissões de gases de efeito estufa, uma pessoa que pertence ao 0,1% mais rico do planeta emite mais gases poluentes em um dia do que a metade mais pobre do mundo em um ano, de acordo com a Oxfam.
Ao mesmo tempo, “os países em desenvolvimento reforçam que não conseguem avançar em adaptação sem recursos previsíveis e de larga escala. As promessas atuais ainda ficam muito abaixo do necessário”, segundo Evangelina Araujo, médica patologista e fundadora do Instituto Ar.
3. Agroecologia
Em contraste com as edições anteriores, Mónica percebeu um debate mais direto sobre a agroecologia, baseada na interação entre agricultura e meio ambiente. “Pela primeira vez temos o debate da agroecologia ganhando destaque e aparecendo em propostas oficiais. É uma mudança de paradigma que pode permitir termos comida saudável para nós e para o planeta”, pontua ela.
Nesse ponto, esta é a primeira COP em que há um restaurante para participantes, voluntários e equipe, com alimentos 100% agroecológicos e por valor acessível.
“Por 40 reais, todas as pessoas que estão na Blue Zone podem experimentar comida nutritiva, produzida por pequenos produtores brasileiros, sem qualquer agrotóxico, e tomar um suco de frutas nativas, uma iniciativa chamada ‘Na Mesa da COP 30’”.
4. Adaptação de sistemas de saúde para lidar com os impactos da crise climática
A discussão sobre saúde também ganhou força na COP 30, na avaliação de Evangelina, com a criação do Plano de Ação em Saúde de Belém, documento coordenado pelo Ministério da Saúde do Brasil com diretrizes práticas para que os países adaptem seus sistemas de saúde aos impactos da crise climática.
“Foi construído de forma democrática, com participação de instituições internacionais e nacionais, como o Movimento Médicos pelo Clima”, conta ela, destacando que ainda há o desafio de implementar ações pós-COP.
5. Seguros climáticos
Além do financiamento para clima e saúde, há discussão sobre seguros climáticos para populações vulneráveis. “Mas tudo ainda está no início. O grande desafio é transformar essas propostas em ações concretas para quem já vive crises humanitárias intensificadas pelo clima”, alerta Evangelina.
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