O câncer de mama é o tumor mais comum entre as mulheres brasileiras. De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer, são em média 42 casos a cada 100 mil mulheres e os números para as mais jovens aumentou nos últimos anos. Dados da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) indicam um aumento na incidência da doença em mulheres com menos de 35 anos. O que era 2% dos casos, saltou para 5%. E por mais que falemos em prevenção, é importante ficar de olho nos sintomas e sinais do corpo, para encontrar um tratamento especializado o quanto antes.
“Quando o câncer de mama é descoberto em estádios iniciais, as chances de cura são maiores que 95%“, afirma a oncologista Isabella Drumond, médica do Hospital Israelita Albert Einstein, que dedica sua vida ao tratamento do câncer de mama.
De olho nos sinais e sintomas do câncer de mama
“A mulher deve ficar atenta a alguns sinais e sintomas de sua mama e, caso note algum deles, deve procurar uma avaliação especializada, seja do ginecologista, do mastologista ou médico da família”, afirma a médica.
Entre os principais sinais e sintomas estão: parte ou toda a mama inchada, mesmo que não sinta nenhum nódulo no autoexame do toque; Algum caroço endurecido tanto na mama quanto na axila; Inversão do mamilo, ou seja, se ele fica muito retraído; pele vermelha, espessa ou com o aspecto de uma casca de laranja; secreção sanguinolenta ou aquosa, principalmente se for em apenas um dos mamilos.
“Toda mulher, a partir dos 20 anos de idade, precisa passar por uma avaliação clínica pelo mastologista ou ginecologista”, comenta. Nessa consulta anual, a paciente será avaliada em relação ao seu histórico familiar e clínico e também passará por um exame físico das mamas.
Já a mamografia é indicada para toda mulher a partir de 40 anos de idade: “Ela deve ser realizada anualmente, isso se a mulher tem um risco populacional. Se ela tem um risco aumentado para o câncer de mama, ela pode fazer a mamografia a partir dos 30 anos, mas isso quem decide é o médico.”
Entre os fatores de risco que podem fazer com que a mulher precise realizar a mamografia a partir dos 30 anos estão mutações genéticas de predisposição hereditária ao câncer de mama, histórico familiar positivo e quando tem um risco para o desenvolvimento de câncer de mama maior do que 20%. Aqui, vale dizer que, de todos os casos de câncer de mama no país, apenas 10% tem origem hereditária.
Prevenção além da mamografia
Por ser algo que só é recomendado, em sua maioria, após os 40 anos de idade, a mamografia é considerada uma prevenção secundária, mas existem caminhos para prevenir a doença antes dessa idade.
“Um estilo de vida mais saudável é uma das principais”, pontua a médica.
“Vários estudos mostraram que uma vida mais saudável reduz o risco do câncer de mama. Então manter uma alimentação saudável rica em frutas, vegetais, grãos e proteínas mais magras, evitar industrializados, praticar exercícios físicos regularmente e evitar o consumo exacerbado de álcool são essenciais.”