Sintomas da menopausa exigem um olhar para si
O fim de um ciclo é uma oportunidade que se abre para as mulheres repensarem como ter uma vida mais interessante dali pra frente
Quando a menstruação de Marina começou a diminuir, não foi uma surpresa. “Eu entrei na puberdade com 11 anos, já esperava que a menopausa viesse logo”, conta a secretária de 47 anos. Para garantir, procurou seu ginecologista e fez um check up completo. “Era menopausa mesmo, achei ótimo, nunca gostei de menstruar”, relembra.
Mas junto com a queda da produção hormonal, vieram os fogachos, ondas súbitas de calor, que chegam de repente, são intensas e vão embora logo em seguida, deixando para trás blusas arrancadas às pressas, leques sendo abanados freneticamente ou no caso de Marina, banhos improvisados “Uma vez eu estava no carro, o calor veio tão forte que despejei a minha garrafinha de água na cabeça para aliviar”, relembra.
Internamente, o que acontece é que com a queda na produção do estrógeno, hormônio sexual feminino, o corpo não consegue regular bem a temperatura, fica confuso e provoca uma vasodilatação – daí vem o calor. Muitas vezes, seguida por uma vasoconstrição – que provoca frio e suor. “80% das mulheres vão ter fogachos com alguma intensidade nesta fase”, diz a ginecologista, professora emérita da Unicamp, Ilza Monteiro.
Atualmente, o melhor tratamento para esses sintomas é a reposição hormonal. Nem todas as mulheres podem fazer, então é importante consultar um médico antes tomar a decisão.
“Minha menopausa chegou cedo. fiquei bem feliz porque nunca gostei de menstruar, foi uma libertação”
Marina Alves, secretária
Marina está na menopausa há dois anos e por enquanto não faz nenhum tratamento. Preferiu lidar com os efeitos no corpo com outras estratégias. Por exemplo, para driblar os esquecimentos, também muito comuns nessa fase, criou o hábito simples de anotar tudo que é importante ou que precisa falar antes de entrar em uma reunião. No trabalho, sempre tem o ar condicionado ligado.
“Minhas colegas brincam que eu sou a Frozen”, em referência à personagem da Disney que vive na neve. E muita conversa. Com a filha, Isabella de 13 anos, conversa abertamente sobre a menopausa para que ela entenda porque a mãe está diferente e para que o assunto não seja um tabu na vida dela e sim, normalizado como a chegada da primeira menstruação. E com o marido, sobre a queda da libido.
“É muito chato, mas ele é bastante companheiro e entende que é uma fase minha”, conta. Para falta de lubrificação e ressecamento vaginal, já existem tratamentos específicos que podem ser receitados por médicos.
Mas para além dos sintomas físicos, existem os emocionais. Com um marcador tão claro de um ciclo da vida que se encerra, é comum que as mulheres façam uma espécie de balanço de como viveram até ali. “É uma fase intensa. Mas é uma ótima oportunidade para começar a se cuidar mais”, avalia a médica Ilza Monteiro.
Começar a fazer ginástica e melhorar os hábitos alimentares são atitudes importantes para um envelhecimento saudável. Marina buscou uma atividade que fosse significativa para ela. “Comecei a fazer velas e outros produtos de casa para vender. Sempre gostei de trabalhos manuais”. E aproveitou para fazer isso em família, na companhia do marido e da filha. ”Quando chega o final de semana eu já fico feliz porque sei que vamos passar um tempo gostoso juntos”, comemora.
Saiba mais sobre essa e outras histórias sobre menopausa na Revista CLAUDIA deste mês. E nos siga nas redes sociais para acompanhar depoimentos de quem está atravessando a menopausa.
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