Uma rara síndrome, manifestação tardia associada ao novo coronavírus em crianças, é mais um dos efeitos nefastos da Covid-19. No Estado de São Paulo, 108 casos de SIM-P (Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica) foram detectados e ocorreram 7 mortes da doença, no Brasil foram 500 casos e 36 óbitos. Os dados, monitorados pelo Ministério da Saúde, são do início da pandemia, em 2 de março, até 24 de outubro – de acordo com a Folha de São Paulo.
A maioria dos casos no País tem evidência de infecção recente de coronavírus (76,7%) e demais casos (23,3%), histórico de contato próximo com caso confirmado para Covid-19. A predominância é em crianças e adolescentes do sexo masculino de 54%, e crianças de 0 a 4 anos 39% e 5 a 9 anos 32,9%.
Segundo o pediatra e infectologista Renato Kfouri, vice-presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade de Pediatria de São Paulo e presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria, trata-se de um evento raro, mas não deve ser um caso de desespero para o País.
Kfouri explicou à Folha que a meningite, que é considerada uma doença rara, é três vezes mais comum que a SIM-P. O especialista alertou, no entanto, que sempre que os pais observarem febre alta nos filhos é ideal procurar um médico e serviço de emergência. Além do Brasil a síndrome foi encontrada na Europa e Estados Unidos.
Os sintomas da SIM-P são febre alta, dor abdominal intensa, vômito, diarreia, conjuntivite, manchas vermelhas pelo corpo, inchaço nas articulações e dificuldades respiratórias.