Os sintomas chegaram com tudo, mas como não eram óbvios, causaram muita confusão. Hoje, a pesquisadora de culturas alimentares Patty Durães, de 48 anos, ri ao lembrar da história, mas foram meses de aperto até entender o que estava acontecendo com seu corpo. Primeiro, foi a menstruação que começou a atrasar e dezenas de testes de gravidez feitos inutilmente.
Depois veio o ganho de peso com gordura acumulada em lugares inusuais. “Achei que eu estava com problema na tireóide”, lembra. Até que vieram as ondas de calor e Patty entendeu que a menopausa estava chegando. “Eu achava que era coisa de velha. A imagem que eu tinha na minha cabeça era da minha avó com um leque para se abanar, não achei que poderia estar acontecendo comigo”, relembra.
Na época, durante a pandemia, ela estava cuidando da mãe que estava muito doente e acabou não indo procurar um especialista. No lugar, tentou se informar com amigas e leu muito sobre o assunto. E descobriu a recomendação quase universal da medicina atual: que uma boa alimentação e exercícios físicos a ajudariam nessa fase.
Do que mais gostava, cortou o café e o pão e trocou por proteínas e carboidratos mais complexos. A bebida alcoólica que já não era muito consumida, praticamente desapareceu. “Meus sintomas estão muito mais leves”, comemora. Ela está há quatro meses sem menstruar. Quando a ausência de sangramento completar um ano, é decretada a menopausa.
“Eu achava que menopausa era coisa de velha. A imagem que eu tinha na minha cabeça era da minha avó com um leque para se abanar, não achei que poderia estar acontecendo comigo”
Patty Durães, pesquisadora gastronômica
Por enquanto, Patty não quer fazer reposição hormonal, que como o nome diz, tenta compensar a queda na produção de estrógeno pelo corpo, o que causa boa parte dos sintomas sentidos nesse período. O tratamento alivia os fogachos (ondas de calor), melhora os episódios de falta de memória e a queda da libido e ressecamento vaginal. Mas não pode ser feito por todas as mulheres.
“É essencial que o tratamento seja feito com acompanhamento médico”, enfatiza a ginecologista e professora emérita da Unicamp, Ilza Monteiro. Existem grupos que podem correr mais riscos do que colher benefícios com o tratamento, além disso, para garantir um uso seguro, alguns exames de rotina são recomendados durante o tratamento. Mas para as mulheres em que a reposição hormonal é indicada, são muitos os benefícios, inclusive a prevenção de doenças cardiovasculares.
Além de caprichar na alimentação e fazer musculação para não perder massa magra, Patty acredita que conversas abertas também ajudam a passar pelos desafios da menopausa.
“Converso muito com as minhas amigas, mas também com os homens. Eles precisam saber que isso fazer parte da vida da mulher e aprender a ser companheiros”, acredita. “A libido cai, o humor muda, mas não é pessoal, não é com eles, necessariamente, o problema”. Recomendação compartilhada pela ginecologista Ilza Monteiro.
“Se o casal tiver idade parecida, é bem provável que o marido ou namorado esteja passando por desafios em sua sexualidade também. Por isso é importante conversar ou procurar uma terapia, se necessário”. E tentar fazer coisas que te dêem prazer. “Eu adoro dançar. E é uma coisa que eu fazia muito e parei. Então, de vez em quando, eu boto uma música mais alta quando estou cozinhando e canto e danço”, se diverte Patty. Afinal, ainda tem muita vida boa pela frente!
Saiba mais sobre essa e outras histórias sobre menopausa na Revista CLAUDIA deste mês. E nos siga nas redes sociais para acompanhar depoimentos de quem está atravessando a menopausa.
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