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Pesquisa aponta que estresse pode ser contagioso

O estado emocional pode ser transmitido para pessoas perfeitamente calmas

Por Pamela Malva Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
12 mar 2018, 18h58
 (shironosov/ThinkStock)
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O estresse é conhecido como o causador de muitos problemas físicos e hormonais nas pessoas. Quando estressado, você pode ficar com dor de cabeça, dor no estômago e até enjoado, com ânsia. No entanto, poucas pessoas sabem que o estresse também pode causar mais estresse, só que em outras pessoas.

Segundo pesquisa de neurocientistas da University of Calgary, uma universidade canadense, publicada na revista Science Daily, o estresse é, de certa forma, contagioso e pode passar de uma pessoa muito irritada para outra completamente relaxada. A experiência foi feita com camundongos e um fato observado pelos cientistas é que os que não estavam expostos a um estresse real apresentaram mudanças no cérebro idênticas aos camundongos estressados.

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“Mudanças cerebrais associadas ao estresse sustentam muitas doenças mentais, incluindo transtorno de estresse pós-traumático, transtornos de ansiedade e depressão”, diz Jaideep Bains, PhD, professor do Departamento de Fisiologia e Farmacologia, professor orientador da pesquisa. “Estudos recentes indicam que o estresse e as emoções podem ser contagiosas. Se isso tem consequências duradouras para o cérebro, não é conhecido”, afirma.

Outra descoberta mostra que essa transmissão do estresse é causada pelo “feromônio do alarme”, um sinal químico que faz com que o camundongo estressado avise o parceiro calmo. O parceiro que recebe o sinal pode, por sua vez, alertar outros membros do grupo. Essa é uma reação que permite a formação de redes sociais, com convivência em conjunto, em várias espécies.

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Essas redes sociais são responsáveis também, segundo a pesquisa, por amortecer alguns efeitos, causados pelos estímulos. Durante o experimento, a equipe de cientistas comprovou que havia um certo amortecimento de estresse em camundongos fêmeas, depois que elas passavam algum tempo com as parceiras calmas. No entanto, a mesma coisa não pôde ser observada nos camundongos machos.

Por mais que a pesquisa tenha sido feita em uma população de ratinhos, o professor Jaideep Bains sugere que as descobertas podem estar presentes também em seres humanos. “Nós prontamente comunicamos o estresse às outras pessoas, às vezes sem nem sequer sabê-lo. Existe ainda a evidência de que alguns sintomas de estresse podem persistir em familiares e entes queridos de indivíduos que sofrem de transtorno de estresse pós-traumático. Por outro lado, a capacidade de sentir o estado emocional de outro é uma parte fundamental da criação e construção de vínculos sociais”, afirma o professor.

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Outra conclusão feita pela equipe de neurocientistas é que as consequências dessas interações podem ser duradouras e podem influenciar comportamentos mais tarde.

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