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Peeling de fenol: como funciona e quais os riscos?

Dermatologistas explicam como usar o procedimento de forma segura, evitando mortes como a que aconteceu em São Paulo

Por Da Redação
10 jun 2024, 15h02
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  • A morte do empresário Henrique Silva Chagas, de 27 anos, depois de fazer um peeling de fenol (procedimento com uso de ácido para rejuvenescer o rosto) no último dia 03, em São Paulo, acendeu o alerta sobre riscos à saúde, caso não seja executado por profissionais qualificados. O procedimento foi feito por Natalia Fabiana de Freitas Antonio, conhecida como Natalia Becker, que confessou ter aprendido a técnica num curso online, comprado o produto pela internet e não ter formação de esteticista.

    Henrique pagou R$ 4500 pelo procedimento, mas passou mal minutos após a execução. Natalia ligou para o resgate, colocou o empresário no chão e seguiu as orientações do SAMU até que o socorro aparecesse. Às 14h03, foi constatada a morte.

    Em entrevista ao “Fantástico”, na noite de domingo (09), ela afirmou que realiza peeling de fenol em clientes desde dezembro do ano passado, que fez um curso online de um mês e que algo do tipo não tinha acontecido até então. Natália responderá por homicídio com dolo eventual (quando não há intenção, mas se assume o risco de matar) e teve a clínica fechada.

    A Associação Nacional dos Esteticistas e Cosmetólogos (ANESCO) diz que o peeling de fenol no rosto todo deve ser feito em centros cirúrgicos, pois o composto orgânico pode ser altamente tóxico e causa queimaduras. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) lembra que a venda de fenol é proibida na internet.

    Como age o peeling de fenol?

    O peeling químico de fenol provoca necrose e troca total da pele, estimulando a formação de colágeno. Ao ser aplicado, a pele fica craquelada durante a recuperação, que é lenta (cerca de 60 dias de vermelhidão no rosto), mas promete uma pele homogênea, tonificada, lisa, com menos rugas e flacidez.

    A dermatologista Fernanda Cassain explica que o procedimento é indicado em casos de manchas, hiperpigmentação, redução de rugas e até para um tratamento eficaz de cicatrizes de acne ou outras imperfeições cutâneas. “Ao remover as camadas danificadas da pele, este procedimento pode suavizar a aparência das cicatrizes e promover a regeneração de uma pele mais saudável e uniforme”, diz Fernanda, lembrando que o procedimento é “invasivo e deve ser conduzido por médicos experientes”.

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    O fenol é misturado com outras substâncias como óleo de croton, septisol e água destilada, para conseguir melhores resultados. Antes de se submeter ao procedimento, “a pele deve ser preparada com tretinoína, hidroquinona e hidratantes durante cerca de três semanas”, explica a dermatologista Denise Steiner. Quando for aplicado, a pele deve ser limpa e desengordurada e o peeling passado com uma espátula ou gaze.

    “É importante dividir a pele em unidades anatômicas e fazer em cada área – testa, região malar, buço, queixo, entre outras, a cada 20 minutos. Nesse espaço de tempo o peeling é metabolizado e o fenol é eliminado, tornando o procedimento seguro”, detalha Denise, colunista de CLAUDIA.

    Depois da aplicação, a pele precisa ser hidratada três vezes ao dia, e é comum que ela fique inchada por dois dias. Pacientes com doenças de coração, fígado ou rins, não devem se submeter ao peeling de fenol sem avaliação prévia, pois há riscos de arritmais e insuficiência renal.

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