A descoberta de uma nova substância instigou a comunidade científica nesta semana: a droga experimental, que ainda está em fase de teste, mostrou-se eficaz em barrar a produção de uma proteína tóxica ao cérebro humano. O processo diminui consideravelmente uma das principais catalisadoras que originam o mal de Alzheimer.
Após ter sido ministrado em doses menores em animais e pessoas saudáveis, finalmente, o novo composto foi testado em um grupo de 32 indivíduos vítimas da doença degenerativa, e após o absoluto sucesso, será aplicado numa amostra de 2.000 enfermos. Caso passe desta fase, estará apto a ser manipulado como medicamento farmacêutico.
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A repercussão positiva e todos os métodos utilizados no estudo foram publicados na nova edição da revista acadêmica Science Translational Medicine por membros do Departamento de Neurociência da companhia alemã especializada em remédios Merck.
A pesquisa é considerada pioneira no campo, pois anteriormente, não havia sequer suposto uma maneira segura de barrar a produção do composto protéico beta-amiloide, responsável por desenvolver placas na região cerebral daqueles que possuem a enfermidade.
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Esses corpos estranhos provocam a mortandade massiva dos neurônios – principal fator que leva a perda de memória e demais sintomas. O remédio era ministrado, diariamente, por via oral – uma importante característica para que o tratamento seja prático e acessível aos pacientes. No geral, poucas pessoas apresentaram efeitos colaterais.
Apesar da notícia ser animadora, os quocientes ainda estão longe de simbolizar uma solução definitiva para a cura. O próximo passo para os cientistas agora é provar que a substância pode apresentar melhoras significativas no raciocínio, memória e comportamento dos indivíduos – ou que, pelo menos, não acarreta em piores condições.
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É importante ressaltar que, muito provavelmente, os resultados dependam diretamente do estágio da patologia. Em casos mais críticos, há uma incerteza acerca do poder destrutivo da substância de placas protéicas “consolidadas” no cérebro. Portanto, a ingestão de um composto que impeça o desenvolvimento de beta-amiloide, talvez não implique em grandes alterações na qualidade de vida do paciente.