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Mioma atinge entre 20 a 30% de mulheres em idade fértil

A origem do problema é multifatorial. Veja quais os sintomas e tratamentos

Por Débora Stevaux Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 19 jun 2017, 22h29 - Publicado em 9 jun 2017, 19h51
 (thinkstock/ThinkStock)
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No Brasil, o número de mulheres que descobrem a incidência de um mioma é expressivo. Especialistas estimam que de 20 a 30% das mulheres em idade fértil podem desenvolver o nódulo, caracterizado como tumor benigno, que se desenvolve no útero.

“A origem do mioma é multifatorial, ou seja, não existe uma única causa, sabe-se que a condição genética é fundamental, por isso mulheres com histórico familiar devem ficar mais atentas. Até hoje não se sabe explicar porque mulheres negras têm maior tendência de desenvolver a doença, por exemplo. Essa reprodução irregular se deve à diferenciação dessas células de possuírem um nível de receptores hormonais elevado, isto é, conforme a mulher produz o hormônio estrogênio durante o ciclo menstrual, a atividade celular aumenta, formando esses nódulos que, geralmente, podem ser maiores ou menores do que três centímetros”, explica o Dr. Giuliano Bedoschi, ginecologista especialista em reprodução humana, de São Paulo.

Também podem ser considerados fatores de risco a menarca precoce, que geralmente ocorre antes dos 12 anos de idade, a não gravidez, a menopausa tardia, que geralmente ocorre após os 55 anos, o tabagismo, a obesidade e doenças como a endometriose.

Subdivido em três tipos, o tumor pode ser de origem submucosa, ou seja, que está presente dentro da cavidade uterina; intramural, localizado na parede muscular do útero e subseroso, posicionado na parede mais externa do órgão. “O primeiro pode acarretar a infertilidade por estar mais próximo da cavidade uterina. Outro ponto que também precisa ser levado em consideração é o volume do tumor, que quanto maior for, maiores as chances de distorcer ou contrair a região uterina, dificultando a implantação do embrião”, esclarece o Dr. Renato de Oliveira, ginecologista do Centro de Atenção Integral à saúde da Mulher (CAISM) da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e do laboratório médico Criogênesis.

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Dependendo do tamanho e da porção uterina que se encontra a presença do mioma pode causar ou não a aparição de sintomas como um sangramento uterino intenso e anormal — tanto durante a menstruação, quanto no meio do ciclo — dor no ventre ou durante a relação sexual, alterações na evacuação e na urina devido à compressão intestinal e na bexiga, respectivamente e anemia por deficiência de ferro. “Os exames que podem apontar para o diagnóstico são o ultrassom transvaginal ou outros exames de rotina de imagem que são capazes de identificar o nódulo”, conta o Dr. Giuliano.

Pacientes gestantes também podem desenvolver o mioma. A indicação médica, neste caso, é o acompanhamento pré-natal rigoroso, geralmente, com maior demanda de exames ultrassonográficos. “É de fundamental importância que essas medidas sejam tomadas para minimizar riscos de abortamento durante a gestação, trabalho de parto prematuro e histerectomia, ou seja, perda total ou parcial do útero no momento do parto por dificuldade de contração do mesmo, que acaba levando a um sangramento excessivo”, elucida o Dr. Renato.

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O uso de pílulas anticoncepcionais e implantes hormonais é, além de um fator protetivo, prescrito durante o tratamento medicamentoso. A administração de hormônios é feita sob acompanhamento médico para bloquear a ovulação da paciente, visto que o tumor é hormônio-dependente. “A cirurgia de miomectomia, que consiste na retirada do tumor, apenas é indicada em algumas situações, como quando a mulher tem desejo reprodutivo e o mioma for submucoso ou tiver grande volume a ponto de distorcer a cavidade uterina. Pacientes com muitas dores e sangramentos intensos também podem, dependendo de cada caso, retirar o mioma através da cirurgia. Mulheres que não respondem bem à medicação se enquadram no grupo das que não reagem bem à medicação”, diz o Dr. Giuliano.

É importante frisar que as pílulas anticoncepcionais não são capazes de anular o tumor, apenas um medicamento cujo princípio ativo é o hormônio liberador das gonadotrofinas. “Esse remédio cria um estado temporário de menopausa, ou seja, o estrógeno passa a não circular mais pelo corpo feminino. Mas seu efeito é temporário, quando a paciente volta a ovular e menstruar, o tumor volta a crescer. É indicado em casos onde o mioma é muito grande, para facilitar a retirada durante a cirurgia.”

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