O trauma de ter sido vítima de uma lipoaspiração sem seu consentimento, em dezembro de 2020, deixou marcas físicas e psicológicas na ativista e influenciadora, Luisa Mell. Na última semana, ela contou que têm passado por meses difíceis, desde que acordou do que era para ter sido um procedimento estético pouco invasivo e descobriu que o médico havia feito uma cirurgia de lipoaspiração. O profissional alegou ter autorização do seu marido na época para realizar a lipo de “presente”.
“Nunca mais vai ser daquele jeito. Nunca mais eu pude usar meu armário e as minhas roupas porque ele [médico] achou que eu tinha muita gordura, baseado no conceito estético sei lá de quem ”, disse sobre a violência médica.
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Ela ainda disse que o procedimento deixou cicatrizes em seu pescoço. “Não é justo isso, gente. Não é possível. Fora que ele machucou todo meu pescoço, depois eu vou mostrar pra vocês. Ele deixou marcas ”, contou.
O episódio teve também forte impacto na sua saúde mental, confessou Luisa. “Desculpa, eu preciso falar para vocês porque eu só penso em morrer nos últimos tempos. Mas eu tenho meu filho, eu tenho meus bichos. Não quero viver assim”, desabafou.
Apoio psicológico é essencial
Apoio psicológico para vítimas de traumas dessa natureza é essencial, diz Valéria Amodio, psicanalista e comunicóloga. “Muita terapia, falar sobre o assunto, se abrir como ela já anda fazendo. É trauma em cima de trauma quando não falamos e guardamos apenas para nós. Foi uma violência muito grande com ela e seu corpo, enquanto estava inconsciente numa mesa de cirurgia, claramente como vítima se encontrava totalmente vulnerável. Até superar tudo isso é uma grande jornada”, salienta a especialista.
O processo de cura é sempre individual, segundo a especialista, mas o caminho pode passar por conversas em grupo, com vítimas de violências parecidas. “A violência é entendida por cada um de acordo com a realidade que o indivíduo vivencia. Por isso, a importância dos grupos de apoio. Ver gente que teve experiências parecidas com as minhas me ajuda durante essa fase de superação”, diz.” No caso da Luisa, para voltar num médico é necessário que ela vá criando um elo de confiança com um profissional qualificado da área onde ela se sinta segura para entrar novamente em um consultório”, explica.
A violência resultou no fim da relação da influenciadora com Gilberto Zaborowsky. Uma característica de relacionamentos abusivos é justamente minar a autoestima do parceiro, diz a especialista. ”É importante termos conhecimento de nós mesmas e principalmente de nossas fraquezas, porque a pessoa abusiva vai usar sempre aquilo que mais nos fere contra a gente. Temos que saber da nossa força, poder e tendo noção disso, conseguimos enxergar os ataques e tomar cuidado para o outro não ferir a nossa autoestima e já sair na hora da relação que nos faz mal”, afirma.
Em casos de qualquer tipo de violência contra mulher é sempre importante acionar a Central de Atendimento à Mulher pelo número 180 ou procurar uma delegacia mais próxima da sua casa.