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Evento lança o Instituto Ana Michelle Soares e seu último livro

Organização com foco em cuidados paliativos para pacientes terminais ou com doenças em estágios graves é sopro de esperança

Por Lorraine Moreira
Atualizado em 1 jun 2023, 15h57 - Publicado em 1 jun 2023, 15h54
AnaMi
AnaMi atuou na luta pelo acesso aos cuidados paliativos. (@paliativistas/Instagram)
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“Nesta história a menina não morre no final. Ela vive: nas palavras. E isso basta”, foi assim que a escritora Ana Michele, uma das principais vozes na luta pelo acesso aos cuidados paliativos no Brasil, se despediu. Depois de impactar a vida de tantas pessoas com um trabalho que não se desfaz, seu esforço não poderia ser abandonado. Por isso, nesta quinta-feira (01), acontece o lançamento do Instituto Ana Michelle Soares, com os hosts Mariana Ferrão e Tom Almeida, e do livro Entre a lucidez e a esperança, escrito por AnaMi, que teve o prefácio divulgado na edição de maio de Claudia

A organização nasce com o propósito de estimular cuidados paliativos – conjunto de práticas para oferecer dignidade e diminuição de sofrimento a pacientes com doenças incuráveis ou em estágios graves –, auxiliando pessoas a reivindicar seus direitos e sendo ponte para a formação de paliativistas. A obra, em complemento, lança luz sobre o lado de quem passa pela situação.

Quem foi Ana Michelle Soares

A jornalista Ana Michelle Soares conviveu por 12 anos com o câncer e ajudou a desmistificar o tabu dos cuidados paliativos através da conta @paliativas, no Instagram, onde falava sobre sua condição e uma rede de apoio amorosa. Entre a descoberta do câncer de mama aos 28 anos até sua morte, AnaMi viajou pelo mundo, realizou desejos, criou manuais sobre o câncer de mama e fez uma cartilha de boas práticas para a imprensa.

Ela morreu aos 40 anos, no dia 21 de janeiro de 2023, e é autora dos livros Enquanto eu respirar, Vida Inteira e Entre a lucidez e a esperança, este último publicado postumamente, como uma despedida calorosa e consoladora. Na obra, ela traz reflexões, histórias pessoais e uma série de indicações para ajudar aqueles que convivem com a terminalidade, desde o próprio paciente até os parentes e amigos. Seus trabalhos falam sobre a realidade inevitável da finitude, ressaltando que narrativas de cura não são as únicas que merecem espaço. Inclusive, ela aconselhava aos colegas de profissão que a doença não fosse tratada como uma batalha a ser perdida ou conquistada. 

Do passado ao futuro

O Instituto Ana Michelle Soares pretende ampliar o projeto Casa Paliativa, criado por AnaMi e pela médica Ana Claudia Quintana Arantes que, de 2020 para cá, promoveu encontros virtuais, aulas, palestras, grupos de estudo, suporte médico, suporte psicológico e rede de apoio a pacientes e familiares.

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“A Casinha, como era carinhosamente chamada, agora vai virar mansão: se funde com o projeto de acelerar exponencialmente a especialização em cuidados paliativos de profissionais de saúde no Brasil, com os mesmos propósitos de antes e com passos ainda mais ousados”, afirma Tom Almeida, criador do movimento inFINITO e presidente do Instituto Ana Michelle Soares

Em pouco mais de três anos de existência, quase 2.500 pacientes e familiares já foram atendidos, com acesso a cerca de 60 aulas online, oito oficinas, dois retiros, dois fóruns de cuidados paliativos, grupos de acolhimento a familiares e a enlutados. “Queremos trazer para perto de nós cada vez mais agentes que acreditam na mesma transformação com projetos como o Patient Advocacy, responsabilidade social da indústria farmacêutica, leis de incentivo, institutos, associações e filantropia, por exemplo”, conta Almeida. 

O evento

O evento conta com palestras, vídeos e bate-papos com a filósofa, professora e escritora Lucia Helena Galvão, o rabino e escritor Nilton Bonder, o capelão Bruno Oliveira, a jornalista Michelle Loreto, além do sarau musical comandado pela cantora Maria Luana e interpretações de trechos de Entre a lucidez e a esperança pela atriz Stella Tobar. “Mais do que saudade, sentimos o quanto devemos honrar a sua trajetória grandiosa como paciente paliativista criando o Instituto”, diz Tom.

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Quem assina os exemplares de Entre a lucidez e a esperança para o público é a mãe de Anami, Alvenir Soares. Ela foi responsável pelo comovente prefácio (que você pode ler aqui) cheio de emoções, que fala sobre a dor indescritível da partida da filha, “uma violação inconcebível das leis da natureza”, em suas próprias palavras, e como lidou com ela. No final do texto, ela indica: “Se eu puder deixar uma única mensagem aos leitores de Ana Michelle, é esta: visite quem você ama.”

Inscreva-se para assistir online: https://materiais.infinito.etc.br/lancamento-instituto-ana-michelle-soares

Programação:

17h – 19h: Sessão de autógrafos simbólica + sarau com música, teatro e muito mais

19h30 – 21h30: Palestras, vídeos, bate-papo e música

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