Layane Dias, de 20 anos, tinha acabado de conquistar um estágio no ano passado e estava planejando uma viagem com a família quando um ato banal paralisou sua vida. Um simples piercing foi a porta de entrada para que bactérias a deixassem paraplégica. A história repercutiu na imprensa.
Alguns dias antes de iniciar no novo trabalho, a jovem começou a sentir dores frequentes no corpo. Para tentar resolver o problema, ela recorreu aos medicamentos, que não funcionaram.
Poucas semanas depois, Layane perdeu os movimentos das pernas e a situação foi ficando cada vez pior. “Dos seios para baixo, não conseguia sentir mais nada”, disse em entrevista à BBC News Brasil.
O neurocirurgião Oswaldo Ribeiro Marquez, que acompanhou o caso de Layana, afirmou que a bactéria causadora de tudo foi a Staphylococcus aureus, responsável por causar mazelas em diferentes níveis após atingir a corrente sanguínea. A bactéria teria entrado no organismo através de uma infecção no nariz provocada exatamente pelo piercing.
“O médico me perguntou se eu tive alguma espinha na região do nariz ou algo assim, porque essa bactéria, comumente, é desenvolvida nas fossas nasais. Foi então que contei que havia colocado um piercing no lado esquerdo do nariz, no mês anterior”, relata a jovem.
“Quando contei isso, ele me disse: o piercing foi a entrada da bactéria em seu corpo. Ouvir isso me deixou em choque”, conta Layane.
O médico disse à BBC que, apesar de raro, é possível que um piercing deixe uma pessoa paraplégica. Segundo ele, as complicações ocorrem quando o piercing abre caminho para infecções.
“A disseminação de qualquer infecção cutânea costuma ser hematogênica – quando é transmitida pela corrente sanguínea. Por exemplo, se a bactéria está na ponta do nariz, ela pode evoluir, pegar o nariz inteiro, cair na corrente sanguínea e parar em outro canto do corpo”, esclarece o neurocirurgião.
Após o diagnóstico, o médico afirmou que é “bem provável e plausível” que Layane tenha ficado paraplégica em decorrência do piercing. Mas ele ressaltou que somente estudos genéticos poderão garantir que a paraplegia foi motivada unicamente por complicações causados pelo adereço.
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