No Brasil, 55% dos bebês nascem por meio de cesárea, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). Por aqui, a cirurgia envolve um corte horizontal de cerca de 10 centímetros no abdômen. Em países asiáticos como China, Coréia do Sul e, sobretudo, no Japão é mais comum que o corte seja feito na vertical, que deixa uma cicatriz mais aparente, mesmo quando não há complicações.
“O corte sendo feito de forma vertical no abdômen propicia menos sangramento, pois temos a chamada linha média unindo os músculos abdominais e as fáscias, que são como continuações dos músculos bem no meio da barriga”, explicou o médico obstetra Cleber Sato, autor de O Guia da Gravidez no Japão, à BBC Brasil. O Japão registra 19,8% de partos anuais feitos por cesariana, um dos menores índices entre os países asiáticos.
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“O procedimento é indicado também para parto de bebê prematuro e quando a placenta está localizada na parte inferior do útero e há risco quando feito o corte horizontal”, explicou a médica Elza Nakahagi, autora do Dicionário de Termos Médicos. O corte vertical permitiria um parto mais rápido se necessário.
Esse tipo de corte também se deve a fatores culturais e à concepção atrasada de que a mulher que não consegue dar à luz por meio de parto normal é ‘incapaz’. “A marca da cesárea seria como um sinal de que ela foi ‘fraca’. Por este motivo, a mulher que tem esta cicatriz não costuma mostrá-la por vergonha”, explicou o médico obstetra.
Diferentemente do corte na horizontal, que, após a cicatrização, fica pouco aparente, o corte vertical costuma ficar visível e incomodar esteticamente algumas mulheres.
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