Nesta onda de preocupação com a saúde, além de “gordura”, “glúten” e “carboidrato”, “sódio” é uma palavra muito ouvida, geralmente em um contexto negativo. Mas a verdade é que o sódio é um mineral essencial para o organismo e tem como funções principais a contração muscular, a transmissão nervosa e o equilíbrio hidroeletrolítico – e raramente uma alimentação moderna possui baixa concentração da substância. “Estudos mostram que o brasileiro consome até três vezes mais do que o recomendado pela Organização Mundial de Saúde”, revela a nutricionista Deborah Torci.
A OMS preconiza a ingestão diária de menos de 2.000mg de sódio para adultos saudáveis – a quantidade é equivalente a 5g de sal (cloreto de sódio), cerca de 5 sachês comerciais ou 1 colher de chá rasa. “Evidências mostram uma relação entre hipertensão e consumo superior a 2.400mg ao dia”, alerta a profissional. Os alimentos já possuem sódio em sua composição naturalmente, por isso o valor é facilmente extrapolado, já que ainda são somados o sal de adição – aquele colocado na comida – e os produtos processados. Aumento de peso, celulite, pressão arterial elevada e dores de cabeça também podem estar ligados à alta ingestão do mineral à longo prazo, até hipertensão, que pode provocar infartos e acidente vascular cerebral (AVC). “Além de tudo isso, pode haver sobrecarga renal, principalmente se a absorção de água por dia não for muito grande”, lembra Deborah.
Mas, afinal, onde o sódio está? Em vários produtos, como , bacalhau salgado, carne seca, fermento químico em pó, salsicha, liguiça, bacon, embutidos, macarrão instantâneo (mesmo sem tempero), queijo parmesão, salgadinhos de pacote, enlatados, conservas, shoyu e caldos em tabletes, dentre outros.
“É comum o pensamento de que o sódio só é encontrado em produtos salgados, mas ele existe em abundância em doces light, diet ou zero açúcar. Isso porque um dos adoçantes mais utilizados pela indústria alimentícia é o ciclamato de sódio e a sacarina sódica”, avisa a nutricionista. Portanto, a vantagem do chá zero em relação ao refrigerante seria a formulação menos prejudicial ao organismo, pois além de adoçantes, o refrigerante possui cafeína, corantes, aromatizantes, acidulantes e conservantes químicos. “O chá industrializado na versão zero contém um pouco menos dessas substâncias, mas não apresenta os benefícios de um chá verde natural”, acrescenta. Conheça os tipos de sal disponíveis no mercado hoje:
Sal grosso
É o produto que sai diretamente da salina para o consumidor. Costuma ser usado no churrasco.
Sal marinho
É o sal grosso moído depois que sai da salina. Deveria ser o mais utilizado para cozinhar no lugar do refinado.
Sal refinado
É o sal marinho após o processo de refinamento, que o faz perder a maior parte dos minerais. Segundo a legislação, o iodo é adicionado para evitar disfunções na tireoide. Possui 60% de cloro e 40% de sódio na composição.
Sal do Himalaia
Possui diversos minerais – por isso a coloração rosada – e menor concentração de sódio. Não passa por nenhum processo químico, apenas são retiradas as impurezas sem que haja refinamento. Ainda é caro no Brasil, mas seria a melhor opção para temperar as preparações culinárias salgadas.
Sal light
Mistura de cloreto de sódio (sal refinado) com cloreto de potássio em partes iguais. Apresenta sabor residual, não costuma ser bem aceito pela população. Os médicos e nutricionistas o recomendam para hipertensos.
Está pensando em diminuir o consumo excessivo de sal? Siga as dicas da nutricionista!
– Ao cozinhar, prefira ervas e temperos naturais (secos ou frescos).
– Não leve o saleiro para a mesa.
– Experimente a comida antes de salgar.
– Dose o sal com colher, e não com pitadas para saber o quanto exatamente está sendo consumido.
– Exagerou no sal? Faça exercícios aeróbios para eliminar o excesso pelo suor e aumente a ingestão de alimentos ricos em potássio, como banana e verduras em geral.
Conteúdo desenvolvido e validado pela Editora Abril.