Situado abaixo da cintura, e importante para a sustentação de órgãos, o assoalho pélvico é composto por músculos, fáscias (tecidos de suporte) e ligamentos. Na mulher, engloba porção do intestino, vagina, útero, bexiga, e suas estruturas de saída – mecanismos de contenção do intestino e da bexiga.
“Se eu tossir, o assoalho, com essas estruturas de suporte, vai ajudar a manter os órgãos no lugar e não deixar escapar urina, gases, fezes quando eu fizer força com abdômen”, explica Helga Marquesini, ginecologista do Hospital Sírio-Libanês.
A importância do assoalho pélvico
Além do explicado acima, a região também é importante para o sexo, na resposta de excitação e orgasmo, como explica a médica.
“Os nervos vão agir, o fluxo de sangue aumenta, e, quando se chega ao orgasmo, ocorrem essas contrações rítmicas da musculatura do assoalho pélvico, portanto, a integridade dessas estruturas vai fazer parte também da função sexual”, explica.
Os problemas do enfraquecimento do assoalho pélvico
Em alguns casos de enfraquecimento na região (que pode ser causada por diferentes fatores como gravidez, genética, obesidade e carregamento de peso, por exemplo) pode se observar quadros de disfunções urinárias e do intestino, além de prolapso uterino, quando o útero desce em direção a vagina.
Mas existem também casos de hipertonia da musculatura do assoalho pélvico. “Às vezes a pessoa tem uma condição de dor crônica na pelve ou ela tem alguma disfunção que a leva ficar com tônus aumentado, a musculatura fica constantemente contraída, não relaxa direito”, disse. “Devido a essa musculatura que não relaxa, na hora de evacuar, ela tem o reflexo, mas a contratura a inibe e a pessoa fica num ciclo de obstipação intestinal”.
A médica também cita a possibilidade de afetar as relações sexuais com penetração devido às contrações involuntárias. Diante da importância do assoalho pélvico, é comum ouvir sobre exercícios que miram o seu fortalecimento, mas, será que é adequado para todas as pessoas?
“É preciso antes de uma avaliação para saber qual é a queixa, o que está acontecendo”, pontua a médica. “Às vezes não é questão de fazer o exercício para fortalecer, às vezes eu preciso ir para o outro lado, o de um treinamento de relaxamento do assoalho”.
A ginecologista explica que, em alguns casos em que a pessoa não consegue segurar a urina, por exemplo, pode ser necessário fazer exercícios para o fortalecimento do assoalho pélvico. “Com a musculatura treinada, ela já consegue incorporar na vida dela essa contração consciente e forte”, disse.