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Gestação após os 35: uma conversa com Carol Celico e Priscila Borgonovi

Em talk, elas compartilham os desafios e delícias de viverem a gestação com mais maturidade

Por Da Redação
25 mar 2024, 17h00
Priscila Borgonovi, Karin Hueck e Carol Celico
Priscila Borgonovi, Karin Hueck e Carol Celico (Mayra Azzi e Marcella Camillo/CLAUDIA)
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Durante a Casa Clã 2024, Carol Celico e Priscila Borgonovi falaram sobre as suas gestações após os 35 anos, com moderação de Karin Hueck, editora-chefe de Claudia. Com cada vez mais mulheres adiando esta etapa, é essencial buscar mais informações e promover debates, tornando a escolha pela maternidade mais fácil ou, ao menos, menos desgastante para todas.

Tanto Carol quanto Priscila foram mães jovens, perto dos 20 anos, e pensaram que não teriam mais filhos. Ao longo dos anos, no entanto, com novos casamentos e mais maturidade, reviver esta fase tornou-se realidade.

“Eu ainda me sinto jovem, e tenho muitas amigas que têm a minha idade e estão tendo o primeiro filho, ou amigas mais velhas que também estão nesta jornada. Eu fui mãe muito nova, morava fora do Brasil, não tinham as redes sociais com tantas informações, os grupos de WhatsApp, amigas tendo filhos. Parece que a minha primeira maternidade foi em outra vida“, conta Carol.

Apesar de ser comum acreditar que ser mãe jovem vem livre de desafios, ao menos no quesito saúde, as duas garantem: existem sim suas dificuldades e delícias. Agora, por exemplo, ambas sentem-se mais preparadas, serenas e prontas para a maternidade do que lá atrás.

“Não era algo que eu estava esperando acontecer de novo, mas meu marido não era pai ainda, então foi uma decisão conjunta reviver esta história com ele. Acho que essa gravidez vai ser mais calma, menos urgente, mais resolvida, com outros dilemas, mas mais madura, com uma rede de suporte feminino muito mais potente”, conta Priscila, que hoje está com 45 anos e 06 meses de gestação.

Priscila Borgonovi, Karin Hueck e Carol Celico
Priscila Borgonovi, Karin Hueck e Carol Celico (Mayra Azzi e Marcella Camillo/CLAUDIA)
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Congelamento de óvulos e FIV: uma conversa necessária

O congelamento de óvulos segue sendo uma segurança para mulheres que desejam engravidar após os 35 anos, mas ela não é tão fácil ou acessível – e é preciso preparo.

“Quando fiz o primeiro ciclo, eu tinha pouquíssimos óvulos, os embriões não iam para frente, e eu fiquei traumatizadíssima. Fiz mais dois ciclos e consegui congelar 30 em maio”, recorda Carol. Apesar da dificuldade em conseguir óvulos de boa qualidade, a gestação acabou vindo pouco tempo depois, de maneira natural e inesperada.

Já para Priscila o processo de engravidar veio com maiores dificuldades, e ela precisou de três anos de Fertilizações in Vitro (FIV) até o resultado positivo.

“É um processo emocional desgastante, porque não é tão simples. No caso da minha geração, eu não me lembro de congelamento de óvulos ser um assunto em voga. Eu fiz [a FIV] 7 vezes, e no final quem matou a charada foi o meu ginecologista, que me pediu um exame  e descobriu que meu endométrio estava coberto – meus embriões nunca iam grudar. Toda vez que você coloca é um sopro de esperança, e 10 dias depois um balde de água gelada na cabeça. O processo envolve milhões de hormônios, não é fácil, e precisei de 3 anos. Foi duro chegar até aqui”, recorda.

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Mas e o corpo?

Outra preocupação que parece constante quando o assunto é gestação após os 35 é a mudança corporal, e a (teórica) maior dificuldade de recuperar a forma após o nascimento do bebê – algo que afeta as duas de maneiras diferentes.

“Eu estou tentando deixar tudo dentro do mais normal possível, engordar o quanto menos, porque meu médico disse que não é bom engordar tanto na minha idade por conta de diabetes. Eu não como mais por ansiedade como na primeira, eu não paro quieta por conta do trabalho, então eu tenho a preocupação de fazer tudo certo porque meu tempo está escasso. Não sinto muita diferença”, esclarece Priscila.

Já para Carol, a questão corporal é um desafio – mas sempre foi assim. “Eu não me senti linda e maravilhosa grávida, eu não amo meu corpo nesse momento, apesar de amar minha barriga porque é meu bebê. Trabalhando com moda é muito delicado não poder usar a minha roupa, não consigo comprar nada de grávida. Eu quero estar bem, usar e vender minhas roupas, então é muito complicado. Eu acabo sofrendo com essa parte estética”, diz.

Se fossem dar uma dica para mulheres que pretendem adiar suas gestações? As duas são enfáticas: procure um médico para falar sobre o congelamento o quanto antes, já que quanto mais cedo, maior o número e a qualidade dos óvulos. “Trincou, congelou”, brinca Priscila.

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