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Fim do horário de verão: os prejuízos à saúde e como evitar ter problemas

“Ganhamos” uma hora de sábado para domingo, mas o organismo estranha essa mudança.

Por Raquel Drehmer
Atualizado em 16 jan 2020, 00h17 - Publicado em 15 fev 2019, 23h44
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  • Quando chegar a meia-noite de sábado (16) para domingo (17), em uma parte do Brasil voltará a ser sábado por mais 60 minutos: os relógios deverão ser atrasados em uma hora, pois chega ao fim o horário de verão. Essa mudança ocorre em dez estados – São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso – e no Distrito Federal.

    Possíveis reações do organismo à mudança no horário de verão

    Se por um lado é legal ter essa hora extra na noite de sábado, por outro a saúde e o bem-estar podem sair perdendo. “Todo o relógio biológico precisa se adaptar à diferença de luminosidade que resulta desta diferença de uma hora. A produção e a liberação de hormônios fica desregulada e o nível de cortisol [o hormônio do estresse] sobe bastante. Há uma tendência à irritabilidade”, explica a neurofisiologista Gisele Richter Minhoto, especialista em medicina do sono e professora do curso de medicina da PUC-PR.

    Ainda no que diz respeito aos hormônios, Paulo Rocha, clínico geral do Hospital Santa Paula/SP, alerta que o fim do horário de verão pode acentuar os quadros de depressão: “Os neurotransmissores responsáveis pelo humor e bem-estar, serotonina e dopamina, são secretados em um tempo determinado por nosso relógio biológico, e essa alteração no relógio social afeta o horário desta secreção.”

    Além disso, essa hora a mais não significa descanso extra. “Nos primeiros dias, a maioria das pessoas tende a acordar uma hora mais cedo que o habitual, porque o organismo ainda funciona no horário antigo. Acaba havendo exatamente o oposto: perde-se uma hora de sono”, afirma a médica Adriane Zonato, coordenadora do Laboratório de Sono do Hospital IPO (Instituto Paranaense de Otorrinolaringologia).

    Isso pode ter consequências na saúde do coração. Um estudo da Universidade do Alabama (EUA) indica que a mudança repentina de horários aumenta em 10% o risco de ataques cardíacos. E, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, os hormônios adrenérgicos são mais liberados quando há uma diminuição nas horas de sono (o que pode causar espasmos na artéria do coração) e ocorre um aumento na produção de citocinas pró-inflamatórias (e a inflamação associa-se com a expansão das placas nas artérias).

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    Outros problemas mencionados pelos especialistas são cansaço, sonolência, falhas na memória e dificuldade de concentração no período da manhã nos primeiros dias depois do fim do horário de verão.

    Como contornar os problemas causados pelo horário de verão?

    É importante destacar que tudo isso tende a se ajustar em sete dias – uma semana é o tempo de que o organismo precisa. Para abreviar o sofrimento (e é o que a gente mais quer, não é verdade?), Gisele, Paulo e Adriane dão as seguintes dicas:

    – Vá dormir uma hora mais tarde, para “arrastar” o sono na manhã seguinte e conseguir acordar já horário novo;

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    – Não consuma mais cafeína que o normal pela manhã, para não afetar ainda mais a produção de cortisol (o que pode aumentar a irritabilidade, que já tende a estar alta);

    – Aproveite ao máximo a luz natural ao longo do dia, para estimular a produção de melatonina (hormônio regulador do sono);

    – Desconecte-se de todos os aparelhos eletrônicos uma hora antes de dormir, pois a luz azul da tela atrasa a produção de melatonina (e daí não adiantará nada ter aproveitado a luz natural de dia);

    – Evite a prática de ginástica pesada à noite (ela aumenta a adrenalina e dificulta o sono) e opte por modalidades calmantes, como a ioga, e pela meditação.

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