Para a medicina já estava claro que a cirurgia bariátrica impactava diretamente a diabetes do tipo 2, mas nenhuma pesquisa havia comprovado ou explicado o porquê. Para tirar essa história a limpo, pesquisadores da University of Pittsburgh Medical Center, nos Estados Unidos, fizeram um novo estudo para analisar o efeito a longo prazo do processo cirúrgico em pacientes com diabetes.
Após observar, durante três anos, 61 pacientes obesos, entre 25 e 55 anos e com diabetes tipo 2, eles concluíram que aqueles que foram submetidos à cirurgia (e tiveram pouca intervenção em estilo de vida), apresentaram maior taxa de melhora da diabetes em relação aos que seguem tratamentos isolados, baseado em mudanças de estilo de vida.
Os resultados mostraram que após três anos, o nível de diabetes do tipo 2 diminuiu até 40% nos participantes que fizeram a cirurgia, enquanto os que receberam tratamento intensivo para perda de peso não tiveram nenhuma alteração. Quando a cirurgia fora associada a medicamentos orais ou insulina, usados tradicionalmente para o controle da diabetes, os resultados foram ainda melhores, chegando a até 65% de melhora.
“O estudo mostra que esse grupo de pessoas estava mais propenso a alcançar e a manter o controle do nível de glicemia. O mais impressionante é que para mais da metade desses pacientes o uso de medicamento para tratamento da diabetes tipo 2 foram dispensáveis”, diz o autor do estudo.
Enquanto a descoberta fornece informações valiosíssimas para a medicina, ainda há muito o que ser estudado, como, principalmente, o impacto e as complicações a longo prazo das cirurgias bariátricas no âmbito micro e macrovascular.