Essa mulher pode morrer ao virar a cabeça para esquerda; entenda o porquê
Rachel Pighills, de 33 anos, tem um longo histórico com médicos, mas ainda não conseguiu tratar sua condição
Imagina viver o resto da sua vida correndo o risco de morrer se virar a cabeça para o lado errado? Essa é a história da inglesa Rachel Pighills, de 33 anos. Ela vivia uma vida normal até ser diagnosticada, em julho deste ano, com várias doenças que afetam sua medula espinhal e cabeça, incluindo invaginação ou impressão basilar. As informações são da BBC.
Em entrevista ao veículo britânico, Rachel conta que planejava viajar para a Espanha em busca de um tratamento que lhe permitisse retornar à vida normal – há apenas três cirurgiões no mundo que podem realizar a operação, que custa US$ 174 mil (cerca de R$ 700 mil), e nenhum deles está no Reino Unido.
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A mulher estava “aterrorizada” com o voo para Barcelona, pois um simples giro à esquerda pode deslocar a coluna cervical, causando, então, sua morte. Mas seguiu com a viagem, pois precisava ser forte pela sua filha de 12 anos, como ela conta.
Rachel ficará quatro dias na capital espanhola, onde ela passará por várias ressonâncias magnéticas. “Meu cérebro entra em colapso sobre meu canal medular e a parte de trás da minha cabeça fica instável”, disse ela. “E se desloca parcialmente quando eu viro para a esquerda. Se deslocar completamente, isso seria uma decapitação interna e eu morreria instantaneamente”, completa.
Para evitar de mexer o pescoço, ela usa um colar cervical. Porém, o aparelho só pode ser utilizado durante quatro horas por dia, para evitar perda de masa muscular.
Mas, afinal, qual é a história de Rachel?
Em agosto de 2017, Rachel começou a sentir os primeiros sintomas de uma série de doenças que ela descobriria mais tarde. Na época, ela tomava um remédio para tratar o distúrbio que causa hiperatividade no sistema imunológico, o que a fez vomitar com bastante frequência – ela chegou a perder 38 kg em seis semanas no período.
A primeira suspeita dos médicos foi de que se tratava de um tumor no cérebro, descartada após uma ressonância. Em outubro daquele ano, Rachel descobriu que tinha doença de Addison, também chamada de insuficiência adrenal, que se caracteriza pela ausência de produção de hormônios esteroides de maneira suficiente.
Com isso, Rachel iniciou um tratamento para repor esses hormônios e corrigir seu nível de cortisol – que, se cair demais, causa sua morte.
Em agosto de 2018, a mulher e sua família mudaram de casa e, no novo lar, ela bateu a cabeça no ventilador de teto e os sintomas se agravaram. Nesta mesma época, ela foi diagnosticada com Síndrome de Taquicardia Postural Ortostática (Pots), que é o aumento da frequência cardíaca quando a pessoa fica em pé ou sentada.
Além disso, em maio de 2019, um neurologista a diagnosticou com malformação de Chiari, que é quando o tecido cerebral se estende para o canal medular.
Em junho, outro neurologista deu o diagnóstico de platybasia – achatamento anormal na base do crânio –, além da invaginação basilar. Isso acontece quando a parte superior da coluna empurra a base do crânio, causando beliscões e pressionando o tronco cerebral.
Segundo os médicos, todos esses problemas podem ter sido causados por um distúrbio do tecido conjuntivo. Isso acontece porque as taxas de colágeno, que auxilia na construção desse tecido, estão abaixo da média.
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