Na última semana, a atriz Emilia Clarke, famosa por interpretar Daenerys em Game of Thrones, chocou os fãs da série ao revelar que já sofreu dois aneurismas cerebrais. A doença pode ser fatal e há uma série de fatores que aumentam a sua chance desenvolvê-la.
Para esclarecer as dúvidas que surgiram e ajudá-la a evitar riscos, conversamos com o neurologista Dr. Marcel Simis.
O que é um aneurisma cerebral?
A doença acontece quando há uma dilatação dos vasos sanguíneos. O aneurisma pode ocorrer em várias regiões do corpo, sendo denominado cerebral quando acomete uma artéria do cérebro.
Com o aumento da pressão do sangue dentro dessa artéria frágil, surge um inchaço que pode ir crescendo até que a artéria se rompa – caso mais grave da doença.
Quais são as causas?
“O aneurisma ocorre pelo enfraquecimento da parede do vaso”, conta o Dr. Marcel. Para que isso aconteça, existem vários fatores de risco, que podem ser hereditários ou adquiridos.
No caso dos hereditários, o paciente já possui uma predisposição genética para o enfraquecimento da parede do vaso. Sendo assim, o aneurisma pode estar presente desce o nascimento. Já os fatores de riscos adquiridos envolvem o consumo excessivo de álcool, tabagismo, uso de drogas ilícitas (como cocaína), hipertensão arterial sistêmica e trauma de crânio.
Por isso, não há uma idade certa para se ter um aneurisma, tudo depende da genética e do estilo de vida.
Quais são os sintomas do aneurisma?
Antes da ruptura do vaso, normalmente, não há sintomas. Mas pode acontecer em alguns casos de o aneurisma, por exemplo, comprimir o nervo que movimenta os olhos, resultando em visão dupla.
O problema é a ruptura, a chamada “hemorragia subaracnóide”. Nesse caso, o principal sintoma é a dor de cabeça súbita e muito forte, que pode ser acompanhada de alterações dos movimentos dos olhos, face, língua e cordas vocais.
Ele pode deixar sequelas?
Sim, o aneurisma pode provocar déficit na movimentação dos braços, pernas, músculos da face e na fala.
E saiba que quando acontece a ruptura da artéria, o risco de morte é alto, uma vez que o sangramento pode alterar o suprimento de sangue para o cérebro.
Como identificar um aneurisma?
“O único jeito de saber é por meio de exames de imagem específicos para estudos de artérias cerebrais, como ressonância magnética, angiografia e tomografia computadorizada“.
O que fazer depois de identificar o aneurisma?
Somente um médico especialista, geralmente um neurologista, poderá apontar o melhor caminho no caso da descoberta do inchaço ou mesmo da ruptura da artéria.
É preciso fazer cirurgia?
Nem sempre. Em casos como de Emilia Clarke, a cirurgia era necessária para selar o aneurisma e garantir a sobrevivência. Mas tudo depende do tipo de aneurisma, local e tamanho.
Hoje em dia, conta o especialista, há uma outra técnica que pode ser feita, a chamada embolização por procedimento endoarterial, que é realizada por dentro da artéria. Uma de suas vantagens é o fato de não precisar abrir o crânio para realizar a cirurgia. No entanto, não é recomendada para todos os tipos de aneurismas e pacientes.
Aneurisma tem cura?
Se os procedimentos de cirurgia ou endovascular forem realizados corretamente, o aneurisma pode ser considerado curado.
Como evitar um aneurisma?
Segundo o Dr. Marcel Simis, manter seus exames em dia pode ser a melhor maneira de evitar que algo mais grave aconteça. “Quando um familiar próximo for diagnosticado com aneurisma, é possível realizar exame para checar se você também tem aneurisma cerebral”, conta.
Além disso, ele recomenda evitar se expor a fatores de risco: não fume, não consuma álcool em excesso, evite o sedentarismo e trate adequadamente doenças como hipertensão arterial, diabetes, aumento do colesterol e triglicérides.